Pedro Moita é um dos portugueses a brilhar no futebol cipriota. Chegou no Verão ao AEK Larnaca, actual sexto classificado, com o rótulo de desconhecido mas as suas exibições têm impressionado a crítica. Já marcou dois golos no campeonato e um na taça, tendo sido eleito pelos jornalistas como o «man of the match» (homem do jogo) em quatro desafios. «Tinha a certeza que as coisas me iam sair bem. O Zé Nando [ex-jogador do V. Guimarães] ajudou-me na integração junto do grupo, a conhecer a cidade e a falar inglês», diz o extremo-esquerdo ao Maisfutebol.
Mas antes desta história de sucesso, há algum sofrimento. Moita esteve muito tempo no desemprego por «meses de salários em atraso na Sanjoanense», o que motivou a rescisão de contrato. «Sofri muito nessa altura. No final da época, apareceram-me propostas, tinha tudo acertado com um clube português, mas acabei por não ir». Era um duro revés, até que se concretizou a hipótese de assinar pelo AEK Larnaca: «O futebol português está a atravessar uma fase difícil e também ponderei as questões financeiras. Depois, sempre sonhei em jogar no estrangeiro. Surgiu esta oportunidade, aconselhei-me com o Zé Nando e aceitei».
Começava um desafio na sua carreira: «O futebol é igual em qualquer parte do mundo. No Chipre os jogadores correm muito, não são tão tecnicistas como os portugueses, são mais viris». Talvez essa seja a principal diferença. «Mas como jogo numa posição em que não preciso de ser duro posso desenvolver o meu futebol. Sempre fiz golos pelos clubes por onde passei, acho que é uma coisa minha, é algo que tenho dentro de mim», resume com um sorriso. Do ponto de vista colectivo, a experiência também está a ser gratificante, porque o AEK Larnaca está na sexta posição, «quando o objectivo traçado foi o quinto lugar», soma a terceira vitória consecutiva e no sábado defronta o APOEL de Ricardo Fernandes e Kenedy.
A experiência no Sporting
Na época 2002/03, Pedro Moita brilhou em Alvalade ao marcar o único golo do Estarreja, da 3ª Divisão, na goleada sofrida frente ao Sporting (4-1), em jogo da Taça de Portugal. A exibição deixou os responsáveis leoninos interessados no extremo esquerdo, mas tudo não passou de um sonho: «Fui treinar à experiência e só não cheguei a acordo por causa do meu ex-empresário. Disseram-me para ficar na equipa B, que podia chegar à equipa principal, mas dois dias depois o meu antigo empresário disse-me não havia acordo». Mas não esmoreceu: «Quando um jogador cai, levanta-se outra vez. Foi o que fiz».
Na temporada seguinte chegou ao Paços de Ferreira, então orientado por José Gomes. Foi o melhor marcador da pré-temporada, mas o mau arranque de campeonato condicionou as suas prestações: «Até que chegou o José Mota e fez as suas opções ao apostar em jogadores que conhecia melhor». Moita perdeu o seu espaço e na reabertura de mercado chegava à Sanjoanense. Agora, tudo é diferente: «Sinto-me muito bem no Chipre, o meu objectivo é jogar aqui num clube grande, mas também posso regressar a Portugal...