Chumbita Nunes, presidente do Vitória de Setúbal, terá vivido este domingo o pior dia desde que está à frente dos comandos da equipa. Enxovalhado, insultado, assobiado, o máximo responsável do clube, convidado há uns meses para ser presidente do clube, passou todo o jogo com o V. Guimarães sozinho.
Como é costume, Chumbita foi o delegado do Vitória ao encontro. Entrou no relvado sozinho, caminhou para o banco, ouviu os assobios e viu os inúmeros cartazes pedindo a sua demissão do cargo. Quando chegou o intervalo, Norton de Matos e os restantes caminharam na frente do presidente que voltou a fazer o mesmo percurso para os balneários, e de novo sozinho.
Quando voltou, voltou atrás de Norton de Matos. O treinador pouco ligou ao presidente que, mais uma vez, caminhou sozinho para o banco. Passou a segunda parte mais levantado do que sentado. Quando o jogo terminou, a equipa derrotada em casa era alvo de uma salva de palmas. Chumbita Nunes deixou o banco e, como costuma fazer, dirigiu-se ao trio de arbitragem para o normal cumprimento. Sozinho.
Um insulto e um cumprimento na cara
Nas bancadas ouvia-se o nome de Chumbita Nunes. Os cartazes estavam, à mesma, levantados. Uns pediam a ajuda de Mourinho, outros pediam que Chumbita resolvesse...ou saísse do clube. Esse mesmo, o presidente que foi convidado para ocupar o lugar depois de uma disputa eleitoral entre duas listas que acabou num momento caricato do futebol português. Mas agora isso é já passado, tal como é a conquista da Taça de Portugal. E os adeptos mostraram-se hoje confusos com o ter de aplaudir a equipa, e ao mesmo tempo assobiar o presidente.
Chumbita Nunes manteve-se dentro do estádio até cerca de hora e meia depois do jogo ter terminado. Nessa altura, já a «agora normal» contestação à porta do estádio tinha desaparecido. O presidente saiu por uma porta lateral, e à sua espera tinha um adepto que, na cara, o insultou da pior forma que se pode imaginar. Outro, porém, quis manifestar-lhe a confiança e dar uma palavra de conforto a Chumbita.
O presidente, perseguido por câmaras de televisão e repórteres, nada quis dizer. Manteve-se calado, como se tem mantido há algum tempo, apenas garantido que haverá segurança na Assembleia-Geral de final da semana. Um responsável da comunicação do Vitória, antigo futebolista do clube, em tom ameaçador, perguntou a Maisfutebol se «já não chega de imagens»...