Jan Ullrich, antigo ciclista alemão, explicou no documentário ‘Jan Ullrich-The Hunter’ o quão conturbado foi o seu passado, muito devido aos vícios que tinha com álcool, drogas e tabaco.

«Fiquei nove meses sem beber, mas um dia bebi um copo e depois perdi o controlo. Passei do vinho ao uísque. Primeiro um copo por dia, depois dois e isso deixava-me sonolento durante toda a semana. Eu era um atleta de alto nível e conseguia levar o meu corpo ao extremo. Com isso consegui ganhar um Tour, mas também ir na outra direção. Eu bebia mais uísque e cheirava cada vez mais cocaína. Muitas pessoas teriam cometido suicídio, mas o meu corpo resistiu», afirma o antigo ciclista.

No documentário, o Ullrich assumiu ter vivido uma espiral negativa e que tentava bater recordes mundiais não muito saudáveis. «Eu mesmo criei desafios. Certa vez, quis estabelecer um recorde mundial: fumei mais de 700 cigarros num dia», referiu.

O alemão iniciou a carreira em 1994, destacando-se no Tour de France (vencedor em 1997 e cinco vezes segundo) e na Vuelta (vencedor em 1999). Acabou a carreira em 2007, depois de ser acusado de doping. Só em 2013 é que admitiu o uso de substâncias ilícitas.

«Em 2006 caí do pedestal. Passei de puro-sangue a cavalo de fazenda. Isso é difícil e ainda me dói. Os meus problemas surgiram pelos meus erros e fraquezas. Eu estava no topo, caí no inferno e agora luto para estar no meio», explicou o Jan.

Por fim, no seu documentário referiu que em 2018 teve um susto, depois de uma depressão, com o «sofrimento a ir na direção errada, fisicamente e mentalmente». O antigo atleta acabou por admitir que «o próximo passo teria sido a morte».