A luta pela vitória na Vuelta está entregue à Jumbo-Visma, com três homens nos três primeiros lugares da classificação geral, liderada pelo norte-americano Sepp Kuss, seguido do dinamarquês Jonas Vingegaard e do esloveno Primoz Roglic.

Esta tarde, na 18.ª etapa, com final em La Cruz de Liñares e ganha pelo belga Remco Evenepoel (Soudal-Quick-Step), Sepp Kuss permaneceu com camisola vermelha, enquanto Jonas Vingegaard, que estava a oito segundos do colega de equipa à partida para o dia, pareceu ditar uma posição na Jumbo-Visma em prol de Kuss: seguiu sempre com Roglic e deu a ideia de abrandar nos metros finais, quando já não se perspetivavam diferenças: chegaria a nove segundos de Kuss e de Roglic na etapa e está agora a 17 segundos da liderança. O esloveno está a um minuto e oito segundos.

Minutos depois do final da 18.ª etapa da Vuelta, esta quinta-feira, Vingegaard deixou clara a sua posição quanto à hierarquia na luta pela vitória na Vuelta, em favor do norte-americano.

«Penso que toda a gente conseguiu ver hoje que se tratava de proteger o Sepp. Com certeza que é bom ser capaz de retribuir e fazer algo de bom pelo Sepp. Ele fez muito por mim e pelo Primoz [Roglic]. Por isso, obviamente que gostei de retribuir-lhe hoje», referiu, apontando, porém, ao que vai ser a «muito dura e longa etapa» de sábado. «Vamos ter de ser cuidadosos», perspetivou, em declarações à Eurosport.

Roglic fez seco das palavras do colega de equipa. «Como já disse muitas vezes antes, ele [Kuss] é, com certeza, o primeiro que desejo que ganhe». Porém, o esloveno foi mais enigmático com outra declaração, quando questionado sobre se via como difícil o facto de não lutar ele mesmo pela vitória. «Com certeza, eu diria. Tenho os meus pensamentos sobre isso, mas, com certeza, vou tentar fazer para que fique da forma em que está», referiu.

Já Kuss, que permanece na liderança, deixou um agradecimento aos colegas de equipa da Jumbo-Visma. «Tenho de agradecer-lhes por me ajudarem e manterem a união. Na corrida nem sempre é fácil com dois líderes, mas ter três é ainda mais complicado», admitiu, referindo que a situação foi falada. «Falámos sobre isso ao longo da corrida e tive sempre apoio dos diretores. É sempre difícil ver, de fora, o que é que se está a passar», declarou.

O espanhol Juan Ayuso (UAE Team Emirates), no quarto lugar da geral, é o primeiro ciclista não Jumbo-Visma, mas está já a quatro minutos de Kuss, antes da 19.ª e última etapa, que esta sexta-feira liga La Bañeza a Íscar, na distância de 177,5 quilómetros.