Ciel teve uma passagem relâmpago pelo futebol português. Foi contratado pelo Paços de Ferreira, depois dos muitos problemas que teve no Brasil, devido à bebida. Foi orientado por Paulo Sérgio, hoje no Sporting, que chegara a admitir o problema de álcool do avançado. Agora, no ASA de Arapiraca, Ciel sonha com Luiz Felipe Scolari.
Ou melhor, Ciel sonha com o Palmeiras, que o ex-seleccionador de Portugal orienta, e que desde pequeno quer representar. Agora a jogar na Série B do Brasileirão, o avançado diz que está recuperado, depois de dois afastamentos no clube em menos de seis meses.
«Estou concentrado em terminar o ano no ASA, que me acolheu e, agora, estou a conseguir corresponder», disse, citado pela Globoesporte. «Mas é claro que ainda tenho em mente dar um salto na carreira. Errei, mas muito do que saiu na imprensa é mentira e só porque tenho esse rótulo, por qualquer coisa dizem que o Ciel está metido com bebida», continuou Ciel.
«Se estivesse assim todos os dias, como estaria a fazer tantos golos», interroga o jogador, de 28 anos. «Não me abalo com isso, pois tenho Deus ao meu lado para superar de vez o problema e desde pequeno que sonho vestir a camisa do Palmeiras, com trabalho e dedicação, espero conseguir», declarou.
Ciel despontou no Brasil e foi logo contratado pelo Fluminense. No entanto, em seis meses, não fez um único golo, ao contrário dos sete que leva em cinco jornadas pelo ASA. Depois do Flu, porém, foi jogar para o América -RN, onde esteve envolvido em nova confusão: foi preso por agressão a uma prostituta, a mulher não o perdoou e foi internado numa clínica de reabilitação. Durou três dias.
«Bebi duas cervejas e um uísque
Mais tarde, chegou ao Paços de Ferreira. Na Mata Real, novo episódio fora das quatro linhas e, após segunda oportunidade, a rescisão. No ASA aconteceu o mesmo. Lesionou-se sozinho e foi acusado de ter bebido na noite anterior. O clube quis rescindir, mas acabou por ter de ser o próprio Ciel a «demitir-se sozinho» de acordo com um comunicado do ASA.
«O presidente fez uma reunião e me telefonou um tempo depois, quando eu estava em Fortaleza a recuperar-me da lesão», começa por contar. «Eu disse que nada me faria mais feliz do que ajudar o ASA de novo», prosseguiu.
«O que aconteceu, dessa vez, foi o seguinte: saí para jantar e bebi, sim, duas cervejas e uma dose de uísque, mas foi só. Outro atleta foi visto e a culpa caiu sobre mim. Foi injusto, eu já estava melhor, apanharam-me de surpresa. Mas prometi a mim mesmo que tudo seria diferente, e não vou deixar cair», promete Ciel.
E como escreve aquele site brasileiro, as pessoas agora batem à porta da mãe de Ciel não para criticar, mas sim para elogiar: «Ela diz: "Meu filho, você não sabe a alegria que me está a dar". Fico arrepiado. Não quero que minha família oiça coisas más sobre mim, é chato. A minha filhinha já identifica os golos do pai na televisão e preciso de cuidar do futuro dela. Ainda não é muito, mas tenho ajudado meus irmãos com dinheiro também.»
Quem acredita que o futuro de Ciel será risonho é o técnico do ASA, de nome Vica. «Ciel é uma pessoa maravilhosa, tem um coração enorme», diz. « Às vezes, faz mal para ele próprio, mas está sempre bem e nunca faltou a um treino», refere.
«É um jogador acima da média, e é uma pena que tenha esses problemas particulares. Se precisar, chora quando desabafa e estamos aqui para ajudar. Em breve estará numa equipa grande e acho até que ele será o artilheiro da Série B», concluiu.
