Num campeonato onde escasseiam os golos apontados através de livres directos, um nome destaca-se. Lino, defesa da Académica, já conseguiu marcar por duas vezes neste tipo de lances, o que ganha ainda maior expressão quando se constata que apenas mais um golo foi apontado desta forma, nas primeiras cinco jornadas da Liga. O Maisfutebol esteve à conversa com o experiente lateral brasileiro de 29 anos e tentou perceber de que forma se prepara o jogador antes de bater um pontapé deste tipo.
«Antes de mais, é necessário ter muita concentração. Concentração total, mesmo. Depois, tenho que apontar bem o local onde vou encostar o pé na bola. É preciso ter muita técnica para efectuar estes remates, porque não é fácil fazer o esférico passar por cima da barreira e não ganhar altura em demasia na zona da baliza», explica Lino, que apontou os seus golos frente à Naval, na 2ª jornada, e ao Boavista, na quarta.
O talentoso esquerdino acredita possuir «um dom», pois desde muito novo teve habilidade para chamar a si a responsabilidade de marcar livres directos. Ainda assim, Lino garante que nunca deixou de treinar obssessivamente estes pontapés, até porque acredita que «é o hábito que leva à perfeição». «Sempre treinei muito estes lances e foi óptimo ter a oportunidade de marcar alguns durante os jogos. Mas não é fácil ser o escolhido pelos treinadores, porque nas equipas por onde passei tive muitos colegas com tanta qualidade como eu para estas jogadas tão específicas.»
Apesar de estar há poucos meses em Portugal, Lino tem visto muitos jogos do campeonato. No entanto, quando desafiado pelo Maisfutebol a avançar com o nome de alguns especialistas na arte da cobrança das bolas paradas, o jogador brasileiro faz uma pausa e constata uma realidade. «Não é fácil mencionar porque só o Karagounis é que conseguiu marcar assim, além de mim. Mas posso garantir que na Académica existem pelo menos mais dois jogadores que batem muito bem livres directos. Estou a falar do Roberto Brum e do Sarmento.»
Acrescente-se que Lino representou clubes como o São Paulo, o Figueirense, o Bahía, o Fluminense e a Juventude de Caxias no Brasil, tendo marcado nove golos em partidas de carácter oficial. A esmagadora maioria foi alcançada, precisamente, em lances deste género.