A seleção portuguesa empatou a primeira partida da Taça das Confederações, com o México e prepara-se, agora, para defrontar a anfitriã.

O jogo com a Rússia está marcado para as 16 horas de quarta-feira e a equipa das quinas vai ter de inverter a História frente aos russos.

Isso não é apenas referente à seleção, pois a nível de clubes os russos também dominam quando jogam no próprio território.

Ainda assim, feitas as contas, há uma ligeira supremacia, em termos globais, a favor do futebol nacional.

Nesta quarta-feira, a seleção terá oportunidade de vencer, pela primeira vez, em solo russo, naquela que é a segunda luta entre o futebol dos dois países em 2017. A primeira foi, obviamente, o ranking da UEFA.

A MF Total fez as contas ao duelo Rússia-Portugal.

Como eles ficaram com os lugares de Champions

Havia muito em jogo nas competições europeias para o futebol nacional, nesta temporada de 2016/17. O quinto lugar no ranking UEFA, com três lugares de Liga dos Campeões, cedo ficou em risco.

Os franceses vinham lançados para atingi-lo e os russos também. A campanha do Mónaco foi arrasadora e, portanto, Portugal e seus emblemas podia aspirar a, pelo menos, segurar o acesso a três equipas na Champions.

Quando Benfica e FC Porto se qualificaram para os oitavos de final da Liga dos Campeões, os russos ficaram ligeiramente atrás. No entanto, reagiram na Liga Europa.

O Rostov foi determinante. Primeiro, porque entrou na Champions depois de eliminar o Ajax. Segundo, porque esteve a um golo de ser eliminado das provas europeias, mas o nulo com o PSV Eindhoven significou a passagem para a segunda prova europeia.

Os pontos que o Rostov fez na Liga Europa e aqueles que FC Porto e Benfica não fizeram com Juventus e Borussia Dortmund determinaram que Portugal ficaria sem uma equipa na Liga dos Campeões 2018/19.

O saldo das seleções e dos clubes

O futebol russo viveu duas fases principais. O antes e o pós-União Soviética. A URSS foi uma potência em seleções, mas Portugal foi-lhe quase sempre superior.

Nos quatro jogos realizados entre a equipa nacional e a URSS, contam-se três vitórias portuguesas e uma goleada (5-0) do adversário.

Portugal venceu a União Soviética no Mundial de 66, na atribuição do terceiro lugar, por 2-1. Venceu também na Taça Independência, uma prova disputada no Brasil, em 1972, e que até tinha traços da Confederações. Jordão fez o único golo do jogo.

Como também fez aquele que aconteceu em 1983, na Luz. Portugal tinha perdido por 5-0 na caminhada para o Euro 84, em Moscovo, mas na capital portuguesa venceu por 1-0. E qualificou-se para o primeiro Europeu que disputou.

Já no período pós URSS, o saldo também é favorável à seleção nacional. São seis jogos, três vitórias, um empate e duas derrotas.

O problema passa, porém, pelos encontros jogados fora. No total, entre União Soviética e Rússia, Portugal nunca marcou um golo como visitante! O que significa que nunca venceu…

Na comparação de seleções, a URSS foi a primeira campeã europeia, Portugal a última.

O encontro de quarta-feira será o 30º de uma equipa sénior portuguesa em solo russo. E frisamos aqui o russo, pois foram excluídos os encontros com as equipas que, sendo da União Soviética, pertenciam a outras repúblicas.

Os jogos Shakhtar Donetsk-FC Porto (1983/84), Dinamo Minsk-Sporting (1984/85), Dinamo Kiev-FC Porto (1986/87), Dnipro-Benfica (1989/90) e Dinamo Kiev-Benfica (1991/92) não entram nestas contas.

Assim como nos totais apresentados a seguir também não estão contabilizados os mesmos encontros, mas em solo português.

De qualquer modo, nos 25 jogos realizados na Rússia, os clubes portugueses conseguiram sete vitórias, sete empates e 11 derrotas.

Já agora, Portugal tem sete grandes troféus europeus de clubes (quatro Taça dos Campeões/Champions, duas UEFA/Liga Europa e uma Taça das Taças), enquanto os russos detêm uma Taça UEFA, ganha pelo CSKA Moscovo frente ao Sporting, e uma Liga Europa (Zenit).

Exclui-se, portanto, os troféus conquistados pelo Dínamo Kiev (Ucrânia) e Dínamo Tbilisi (Geórgia).

No total de confrontos de clubes, foram disputados 50 jogos, com 18 vitórias, 13 empates e 19 derrotas.

À primeira vista, parece que o futebol português perde mais do que vence com o russo, mas os números gerais indicam que há uma ligeiríssima vantagem nacional.

São 60 jogos, 24 vitórias, 14 empates e 22 derrotas.

Reagir depois do empate

A seleção nacional tem, assim, oportunidade para estrear-se a vencer em solo russo e evitar que metade dos encontros disputados por uma equipa portuguesa naquele país terminem em derrota.

Para impedir tal resultado, Portugal terá de fazer o que fez todas as outras vezes em que não venceu na jornada inaugural de uma fase final de seleções.

Quando não ganhou o jogo inaugural, a seleção nunca perdeu o seguinte, nas grandes competições. E quando empatou o segundo depois de ter empatado o primeiro, qualificou-se sempre. Na última delas, até se sagrou campeã europeia.