Com o Aeroporto da Portela à pinha, normal neste período do ano, a Selecção Olímpica chegou a Portugal. Semblantes carregados, pois claro, que a situação não era para menos, e muita confusão, com adeptos mais exaltados e outros que guardaram alguns aplausos para os jogadores. Bosingwa terá sido quem mais sofreu.
Segundo algumas testemunhas oculares, Bosingwa foi interpelado por um adepto em fúria que lhe terá proferido vários insultos. O jogador terá perdido a cabeça por alguns segundos, mas foi rapidamente acalmado por alguns jogadores que estavam por perto, bem como por alguns elementos da equipa técnica. Foi esta, de resto, a cena mais «quente» da chegada olímpica que tinha tudo, à partida, para ser de festa.
Mas não foi. Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, não conseguiu esconder o nervosismo minutos antes da Selecção sair da porta de chegadas. Depois deslocou-se o máximo responsável até dentro da sala de chegadas para certamente trocar algumas palavras com José Romão. Passados dez minutos saíram todos juntos, perante o barulho que depressa aumentou de intensidade.
Barulho de palma e de assobios. Depois insultos pelo meio, mas quase inaudíveis no meio de tanto barulho. Ouviu-se então alguém dizer: «Tão bons jogadores e dá nisto». Gilberto Madaíl foi engolido pela avalanche de repórteres e adeptos, mas respondeu: «É uma grande equipa».
A confusão instalou-se à volta de José Romão. A rodeá-lo alguns elementos que tentaram abrir caminho à cotovelada. Quando já dirigia para a porta, o treinador nacional mudou de rumo e parou para falar com os jornalistas. Enquanto deu explicações, os jogadores saíam um a um. Bosingwa teve, entretanto, aquele «arrufo» com o adepto mais exaltado, mas tudo acabou bem. Mas certamente a todos veio a ideia de uma célebre chegada depois de um certo Mundial 2002.