Mais de 10 mil quilómetros separam o Taiti do Brasil, mas, se muitos só se aperceberam esta semana que a ilha da Polinésia francesa está representada na Taça das Confederações, um grupo de brasileiros já apoiava o underdog da Libertadores.

A primeira ação deste grupo, que faz parte da comunidade online «Futebol Alternativo», foi um vídeo motivacional, acompanhado por uma mensagem de incentivo.



«No dia 17 de Junho, a seleção do Taiti entrará em campo e, pela primeira vez na história, disputará uma partida oficial de futebol contra uma seleção que não é do seu continente. Não importa se perdendo os jogos com um saldo de dezenas de golos negativos, se conseguindo empates ou vitórias heroicas, ou se perdendo suado, nos últimos momentos. Não importa se jogando de igual para igual, ligeiramente melhor ou pior, ou com um abismo entre as equipes. Não importa quantos jogadores renomados tenha, ou quantos títulos possua na sala de troféus. Nesta Copa das Confederações, o Taiti não representará apenas uma equipa, uma federação, uma cidade, uma nação ou um continente. O Taiti representará todos aqueles que amam o amor ao futebol», escreveram.

Um dos elementos do grupo, Rodrigo Leite, explicou ao Maisfutebol de onde surgiu a ideia e o porquê do apoio a esta seleção em concreto. «Acompanhamos desde o início a campanha vitoriosa do Taiti na conquista da Taça da Oceânia e ficámos empolgados com a presença taitiana no Brasil. Em fevereiro surgiu a ideia do vídeo motivacional».

Brasil adotou o Taiti, mas os taitianos só pensam em futebol de praia

«A simpatia dos jogadores do Taiti é envolvente e a possibilidade de contacto com eles é sensacional», conta Rodrigo Leite que enviou o vídeo a vários elementos da seleção e teve resposta. «Agradeceram muito o nosso apoio e disseram que nem os próprios taitianos estavam interessados na equipa nacional, já que este ano o país receberá o Mundial de Futebol de Praia e só se fala deste evento por lá».

Mas se os taitianos não estão muito atentos à sua seleção, depois do jogo frente à Nigéria, no Brasil há um fascínio por esta equipa. «Os brasileiros abraçaram o Taiti como sua segunda seleção nesta Copa das Confederações. A tendência natural do brasileiro é torcer pela equipa mais fraca e isso ficou demonstrado no jogo contra a Nigéria em Belo Horizonte. Vejo que muitos brasileiros adicionaram os atletas taitianos nas redes sociais e o apoio é total. O carisma dos taitianos conquistou de vez os adeptos brasileiros», garante Rodrigo Leite.

Festa no estádio

Entre os que estiveram no estádio no jogo frente à Nigéria, havia elementos deste grupo, e o apoio vai continuar. «O grupo tem membros em diversas cidades do Brasil e alguns já foram à estreia em Belo Horizonte. Esta quinta-feira no Rio de Janeiro eu estarei no jogo contra Espanha, com mais algumas pessoas. E na derradeira partida, contra o Uruguai, em Pernambuco, também teremos representantes por lá».

«Compramos bandeiras do Taiti e muita festa será feita nos jogos dos taitianos. Contra a Espanha pretendo mostrar meu apoio com uma camisa florida, um colar de flores e uma bandeira do Taiti», explica o carioca.

Até onde pode chegar esta seleção? «Sinceramente, não esperamos uma vitória ou sequer um empate. Gostaria muito que marcassem outros golos e que alguns jogadores se profissionalizassem após a competição. O caminho já está a ser construído. Três atletas taitianos continuarão no Brasil para realizar testes na equipa sub-20 do América Mineiro».

E se houvesse um Brasil-Tahiti, por quem torceriam? Rodrigo Leite não tem dúvidas: «Torceríamos pelos taitianos».