O Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol entende que uma agressão no futebol é «talvez ainda mais grave» do que na via pública.
A opinião foi emitida pelos membros daquele órgão federativo no acórdão em que foram chamados a pronunciar-se sobre a expulsão de Ricardo Quaresma em Leiria.
Na página 15 do acórdão pode ler-se o seguinte: «A figura da «agressão» nada tem a ver com uma actividade desportiva normal. Trata-se de contactos físicos que estão para além do objectivo de marcar ou evitar golos (...). Uma ofensa à integridade física do adversário, em tudo semelhante às que ocorrem na via pública. Talvez ainda mais grave, pois traduz um aproveitamento, por parte de alguns, espero que poucos, de uma prática desportiva para exercitar os seus mais baixos instintos».
O CJ entende que «uma cotovelada e uma bofetada constituem, sem margem para dúvidas, ofensas à integridade física do respectivo destinatário». E concluem: «Este contacto integra, em termos normais, uma agressão voluntária, punível criminalmente».
Foi com base nesta linha de argumentação que o CJ decidiu indeferir o protesto do F.C. Porto e manter as duas partidas de suspensão pelo cartão vermelho que Quaresma viu em Leiria.