Moussa Maazou «aterrou» em Guimarães há cerca de dois meses. A cidade-berço acolheu o avançado e até há quem lhe pague os gelados. Em troca de golos é claro. José Pedro Sousa, proprietário de uma gelataria vimaranense, espera que o jogador do Níger lá apareça já no sábado para saborear mais. Mas para isso, tem marcar ao FC Porto. O Maisfutebol conta-lhe a história.
 
A Regatto fica bem no centro de Guimarães, em pleno Largo do Toural. Moussa Maazou chegou lá por própria conta. Em pleno agosto, passou despercebido entre os muitos emigrantes que vêm a Portugal com sotaque francês. Voltou à gelataria e quem estava tornou a não dar conta do reforço do V. Guimarães.
 
À terceira, com menos azáfama, e porque a fisionomia não deixa que caia com facilidade no esquecimento, foi identificado. «Normalmente não massacro os jogadores, vêm aqui por lazer e não falo muito com eles sobre futebol. Sou Vitoriano e como o Maazou vinha de fora tentei fazer a minha parte a ajudá-lo a integrar-se, a sentir-se em casa, com as tretas do costume desejando-lhe sorte», revelou José Pedro Sousa ao nosso jornal.
 
«As pessoas de Guimarães são mais alegres do que as de Braga»
 
Maazou gostou da simpatia e passou a ser cliente habitual. É quase rotina diária saborear um crepe ou um gelado. «Entre o meu franco inglês, misturado com o francês dele, algum português e gestos começamos a dar-lhe as boas-vindas», diz o proprietário da gelataria.
 
José Pedro diz com convicção tratar-se de um indíviduo cheia de qualidades, não tivesse preferido o Vitória ao rival Sp. Braga: «Apercebi-me logo que se travava de uma pessoa simples e humilde, feliz por estar aqui. Disse-me que tinha estado em Braga e que não gostou das pessoas de lá e que preferiu o Vitória por esse pormenor. Aqui as pessoas são mais alegres e a relação com o clube é totalmente diferente».
 
José Pedro Sousa continua: «Uma vez disse-lhe: “Vou fazer um contrato contigo”». Foi o mote para a história de Maazou com os gelados. O gerente da gelataria confessa que, primeiro, o avançado do Níger e a esposa não fizeram boa cara. «Tiveram medo da palavra contrato», revela José Pedro prosseguindo com a história: «Sempre que marcares golo eu dou-te um gelado. Ele deu uma gargalhada muito grande e a esposa não parava de rir».
 
Época com 15 golos vale gelado personalizado
 
O combinado entrou em cena logo de imediato: «”E já vale a partir de agora, na pré-época.” Marcou logo um golo no amigável com o Paços de Ferreira. Da vez seguinte em que veio cá, estava no caixa para pagar e eu disse que o gelado estava incluído no contrato. Ele ficou um bocado embaraçado, e a mulher perdia-se em risos».
 
José Pedro Sousa já vê Maazou quase como um amigo que ajudou a integrar em Guimarães.Agora, lançou-lhe novo repto: «Aqui há dias, na brincadeira perguntei-lhe quantos golos ia fazer esta época, para saber se valia a pena batizar um gelado e uma cuba com o nome dele. Ele a brincar disse que ia fazer 15 golos».
 
A promessa está feita, e é para ser cumprida, ao ponto de já estar a ser idealizado: «Já ando a ver os sabores típicos do país dele, a pesquisar se há algum chocolate típico no Níger para no fim da época, ou antes disso, quando fizer os 15 golos surgir o Gelado Maazou», atirou.
 
José Pedro Sousa confidenciou ao Maisfutebol que espera que Maazou apareça pela gelataria já este sábado, como tem feito, para cobrar a sua parte do contrato. Sinal que havia marcado ao Porto.