Costinha disputou vários clássicos aos serviço do F.C. Porto, quando era jogador, e, por isso mesmo, sabe bem qual a importância destes jogos, e ainda mais do próximo, que irá ajudar a decidir quem será campeão esta época.

«É um jogo de tripla, só dou uma ligeira vantagem ao F.C. Porto porque só lhe interessa um resultado e, como tal, vai ter de fazer o possível e impossível para se manter na corrida, porque depois não é certo, nem sabido, que vai ganhar à Mata Real», lembrou o treinador do Beira Mar, esta sexta-feira, à margem da antevisão do encontro com o Estoril.

«Por outro lado, é curioso vermos que o Benfica pode ser campeão na casa do arquirrival e isso dá sempre um gostinho especial para quem torce por ele. Jesus e Maxi Pereira disseram bem, continuam na frente, em vantagem», prosseguiu o técnico, explicando por que razão, pese todo o equilíbrio, dá alguma margem de favoritismo aos donos da casa:

«A única situação desfavorável, para o Benfica, no meu ponto vista, porque já joguei naquela casa e sei qual a mentalidade que impera, é que o F.C. Porto é uma equipa habituada a este tipo de desafios e pressão, uma pressão boa, para ser campeão, há muitos anos.»

«Penso que o Benfica, como toda a gente viu e foi criticado por isso, começou a fazer a festa um pouco cedo de mais. Se calhar, por não estarem habituados a um ciclo de conquistas como o F.C. Porto. Vai ser um jogo muito difícil, mas tanto um como outro pode vencer», completou.

Como treinador que é, Costinha não resistiu a uma análise mais especializada. «O meio-campo do F.C. Porto dá uma consistência ofensiva e defensiva diferente daquela que dá o do Benfica. Este, quando joga com equipas mais fortes, se o seu meio-campo não for forte, não aguenta o poderio do adversário», defendeu.

«Veja-se o 2-2 na primeira volta. Quando o Vítor Pereira meteu um «falso» Defour pelo corredor direito, como quarto médio, obrigou o Benfica só a bater na frente, não conseguia jogar», prosseguiu, entrando mesmo no campo das comparações individuais.

«Prefiro o Fernando, que compensa muito bem, e beneficia do facto de ter o João Moutinho e o Lucho pela frente. Já o Matic, não sei se vai ter o Enzo, mas terá outros colegas diferentes, que obrigam a um desgaste maior. Joga praticamente sozinho, e o esquema transforma-se num 4-2-4 muitas vezes. Este ano melhor porque o Matic tem mais resistência que o Javi Garcia, que muitas vezes era apanhado no um contra um e não tinha a mesma potência.»