José Couceiro formalizou esta quinta-feira a candidatura a presidente do Sporting. Em Alvalade, o antigo dirigente e treinador falou pela primeira vez na qualidade de candidato e deixou entender, entre muitas outras coisas, que conta com o atual técnico para manter as funções no futuro.

«O Jesualdo Ferreira é treinador do Sporting. Como sabem, conheço-o muito bem, trabalhei vários anos com ele, por isso quando for eleito vamos sentar-nos à mesa e falar. Em relação a essa matéria não haverá qualquer tipo de obstáculo para ele ser o meu treinador», sublinhou José Couceiro.

«Nenhuma lista marca uma rotura tão profunda como nós»

A manutenção do treinador, porém, não significa que haja uma política de continuidade: bem pelo contrário. «O caminho não pode ser o que foi seguido até agora», disse Couceiro, numa ideia repetida várias vezes. «É nessa alteração de política economico-financeira que vamos centrar-nos.»

«Esta equipa que eu lidero está a propor um novo modelo de gestão ao Sporting. Somos pessoas que crescemos no terreno, tanto na área da gestão como no dirigismo. Se há alguém que marca uma rotura profunda em relação aos modelos anteriores de gestão somos nós, e não as outras listas».

Ora por isso, o candidato fez questão de deixar bem claro que «não há nenhuma continuidade nem no modelo de gestão financeiro, nem no modelo de gestão desportivo». «Queremos resolver os problemas da gestão financeira e da gestão desportiva e para isso queremos alterar procedimentos.»

«Temos de conhecer toda a verdade sobre as gestões anteriores»

Na conversa com os jornalistas à saída de Alvalade, José Couceiro fez também questão de apontar o dedo à anterior direção: a todas as anteriores direções, aliás. Foram elas que conduziram o clube à atual situação. «O Sporting devia estar equilibrado e se não está é por culpa da gestão anterior.»

Também por isso, José Couceiro garante que se for eleito vai querer apurar e divulgar todos os atos de má gestão que foram cometidos. Ao contrário de Bruno de Carvalho, não fala em apresentar uma queixa em tribunal contra a atual direção. «Mas é evidente que temos de conhecer a verdade», disse.

«O importante é percebermos que o maior problema do Sporting é um problema de sustentabilidade devido à gestão desportiva. O problema não foi o financiamento, mas a utilização desse financiamento. É isso que queremos alterar: alterar essa política e esse modelo», adiantou Couceiro.

«Entidades financeiras têm de ser nossos parceiros»

Por fim os bancos, claro. O candidato não confirmou qualquer encontro com José Maria Ricciardi, presidente do BES Investimento, mas admitiu que se encontrou com várias pessoas ligadas à banca. «As entidades financeiras são nossas credoras e têm de ser parceiros na resolução deste problema.»

«É um problema gravíssimo, o Sporting vive momentos muito difíceis e só alterando a nossa política financeira e desportiva podemos voltar ao que todos queremos. Temos de unir os sportinguistas e falar verdade com todos os sportinguistas. Não nos candidatamos contra ninguém.»