O director desportivo do Sporting, Costinha, considera que a entrada de José Couceiro na estrutura leonina, não vem trazer soluções aos problemas do clube.

«Conheço o José Couceiro há muito tempo e trata-se de uma excelente pessoa. Mas José Couceiro vai resolver aquilo que eu resolvi, ou seja nada. Os meus poderes passaram a ser muito mais reduzidos. Mas para mim não é questão para deixar de trabalhar. Ninguém ganha nada sozinho. Só no ténis», afirmou o dirigente, em entrevista à Sport TV.

«Saída de Liedson foi um negócio ruinoso»

Costinha falou ainda da actual «falta de paixão» que se vive pelo Sporting e lembrou que os problemas que o clube encontrou recentemente na aquisição de jogadores, já não são de agora. O Sporting perdeu Liedson e não conseguiu encontrar nenhuma solução ofensiva para o substituir.

«Encontraram as mesmas dificuldades que encontrei. O que tentou já o Sporting também tinha tentado, não foi novidade nenhuma. Djalma? Curiosamente, apareceu agora no F.C. Porto», atirou.

Na sequência, Costinha apontou, também, a falta de vontade de vários jogadores de representar o Sporting. «Eu lembro-me que jogar no Sporting ou no Benfica era o ponto alto, muitos davam a vida para jogar no Sporting. Hoje em dia, não é assim. Dizem que financeiramente não é bom, ou que desportivamente não é o melhor», resumiu.

«O Benfica ou o F.C. Porto querem comprar alguém e compram. O Sporting quer comprar alguém e não pode comprar. Na pré-temporada, por um valor um pouco acima dos 100 mil euros, não consegui comprar o Trezeguet. Preferiu ir para o Hércules», lembrou.

«Moutinho disse-me em Março que queria sair»

O caso João Moutinho, que deixou o Sporting rumo ao F.C. Porto no último Verão, também foi analisado por Costinha. «O João [Moutinho] não teve um comportamento muito digno. O F.C. Porto foi, de longe, a equipa que nos deu mais dinheiro por ele. E ainda nos deu um excelente central [Nuno André Coelho]», explicou.

A saída, de resto, não surpreendeu o dirigente: «Quando cheguei ao Sporting, em Março, conversei com o João, disse-lhe que queríamos iniciar uma nova era no Sporting e que ele, como capitão, seria peça essencial. Ele respondeu-me: «Ok, mas eu quero sair».»

Costinha confirmou ainda que o seu ordenado é de «cinco mil euros brutos», por mês, e lembrou que o seu contrato é «anual». «Não estou agarrado à cadeira», frisou.

Por fim, uma breve menção ao caso Izmailov: «O culpado da situação de Izmailov? Eu não sou médico. Ele tem que respeitar o Sporting.»