A ministra da Saúde, Marta Temido, falou este domingo em conferência de imprensa sobre as manifestações anti-racismo que decorreram este sábado em Portugal, numa altura em que o país ainda lida com a pandemia da covid-19 e registou nas últimas 24 horas mais cinco mortes e 342 novos casos.

«Gostava de deixar bastante claro que nós não estamos em estado de emergência e, portanto, o direito à manifestação existe e cabe aos organizadores dessas manifestações que as regras das autoridades de saúde pública e da DGS são cumpridas», começou por dizer Marta Temido, frisando depois: «Nós estamos numa fase em que a responsabilidade individual e dos grupos é muito significativa.»

«Como ministra da Saúde, não posso deixar de dizer que, sempre que não temos em atenção a necessidade de proteção, é como se não estivéssemos a valorizar o intenso trabalho da Saúde Pública, dos profissionais de saúde e dos serviços essenciais... enfim, a vida de tantos que hoje passam dificuldades em pela alteração da nossa forma económica e social de viver por causa da pandemia», disse ainda Marta Temido, acrescentando:

«Apelo a que, quem organiza iniciativas tenha uma atenção particular à forma como elas decorrem, independentemente dos motivos que as determinam - em que todos nos revemos, isso não está minimamente em causa -, mas temos de ter atitudes distintas em termos físicos.»

Já no sábado, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, alertou para os riscos das manifestações na propagação da covid-19, reiterando a necessidade de distanciamento social.

«Acabei de ver imagens de manifestações e movimentos na cidade de Lisboa. O controlo da doença depende do comportamento das pessoas. Seja em festas ou ajuntamentos no exterior, não nos podemos juntar, mesmo com máscaras», afirmou.

«A máscara é uma medida adicional, ajuda a proteger-nos e é um método de barreira, mas não nos dá imunidade, senão o assunto do mundo estava resolvido. O nosso apelo continua a ser para o comportamento das pessoas, é disso que depende o controlo da epidemia no nosso país, como dependeu nos outros países», frisou Graça Freitas.