Nunca ninguém foi tantas vezes segundo na Bola de Ouro com Cristiano Ronaldo. A partir de agora, o português passou a somar quatro lugares logo atrás do vencedor. A imagem de eterno segundo começa a colar-se ao português e a comparação com Raymond Poulidor, o desportista que ficou para a história com esse peso, também.
A associação é feita nesta terça-feira pela France Football, a publicação que atribui a Bola de Ouro desde 1956, atualmente em conjunto com a FIFA. Poulidor, o ciclista que nos anos 70 subiu oito vezes ao pódio da Volta a França (três vezes segundo e cinco vezes terceiro) mas nunca ganhou a prova, sente-se agora menos só, escreve a FF. Nesse tempo, Poulidor ficou sempre na sombra de dois grandes nomes do ciclismo, Jacques Anquetil e Eddy Merckx. E desde então o seu nome é sinónimo no imaginário do desporto de eterno perdedor.
Há uma diferença substancial. Cristiano Ronaldo já venceu a Bola de Ouro uma vez, em 2008. Mas, para lá disso, foi quatro vezes segundo, em 2007, 2009, 2011 e 2012. Em 2010 ficou fora do pódio. Cristiano passa a liderar o ranking dos «perdedores», à frente de Gerd Muller, o bombardeiro alemão que também venceu uma vez e subiu três vezes ao pódio.
Como Poulidor, prossegue a análise do jornal, Cristiano Ronaldo seria número um incontestável se vivesse noutra época. No seu caso, se não vivesse na era Messi.