O Governo dos EUA está a estudar a nacionalização parcial de vários bancos, de modo a travar a crise e devolver a confiança dos mercados no sistema financeiro, avança a imprensa norte-americana.

De acordo com o «The New York Times» e o «Financial Times» a medida, analisada pela administração Bush deve-se ao facto de o Plano Paulson se ter mostrado insuficiente para acalmar os mercados de capitais.

O facto é que a compra de activos «tóxicos» no valor de 700 mil milhões de dólares (cerca de 500 mil milhões de euros) pelo Tesouro norte-americano aos bancos, como créditos de alto risco, não chegou para travar a escassez de liquidez por parte dos bancos e a sua elevada procura por financiamento. Com a nacionalização parcial, através da injecção de capital nos bancos, estes reequilibrariam mais rapidamente as suas contas e poderiam voltar a conceder empréstimos com brevidade.

Além disso, o Secretário do Tesouro dos EUA admitiu esta manhã que mais bancos podem falir nos EUA.

A nova lei garante ainda ao Tesouro o direito de se apropriar do controlo accionista de qualquer banco, mesmo que este apresente uma situação financeira saudável.

A medida não é propriamente inédita. Na quarta-feira, o Reino Unido anunciou também um pacote de medidas que inclui a injecção de 87 mil milhões de libras no capital de vários bancos, o que resulta numa nacionalização parcial dos mesmos.

Também os próprios EUA recorreram já no passado a medidas idênticas, na altura da Grande Depressão de 1929/30, quando Roosevelt era presidente.