A ilha da Madeira viu nascer este domingo o seu mais recente lugar emblemático, com a inauguração do museu do seu mais conceituado filho além fronteiras. O museu de Cristiano Ronaldo, situado à entrada da cidade, estrategicamente virado para o porto do Funchal, teve um custo que rondou o milhão e meio de euros e ostenta para já 126 troféus do craque português, para além da sua estátua de cera, também ela recentemente apresentada em Madrid, todos rodeados por altas medidas de segurança, de onde se destaca a Bola de Ouro, situada no interior de uma redoma de vidro à prova de bala e com chips de segurança instalados.

A escolha desta pequena ilha para albergar um espaço que poderia perfeitamente estar em qualquer capital europeia ou do mundo não foi feita por acaso, mas também não foi feita a pensar em números, tendo Ronaldo optado por a fazer no berço que o viu nascer, de modo a poder presentear os seus conterrâneos, dando-lhes a oportunidade de ver de perto o que conquistou e, claro está, funcionando como uma preciosa e gratuita ajuda na angariação de turismo, peça fundamental da sustentação da economia madeirense.

Assim, para o astro do futebol, esta é uma escolha lógica que o deixa extremamente orgulhoso agora que está concretizada: «Esta é a minha terra natal. Foi onde eu nasci e praticamente passei a minha infância quase toda», começou por referir, acrescentando: «Quis dar uma oportunidade a todos os madeirenses por fazer o museu cá na Madeira, porque foi onde eu cresci, onde tenho a minha família toda. Sei o quão difícil foi construir isto e sinto que é algo útil para o mundo, para a sociedade, para os mais jovens, para os mais velhos, para todas as idades, e, acho que é algo que fiz de interessante para a Madeira.»

Com a ideia da construção do museu a partir do seu irmão, algo com que Ronaldo concordou plenamente, e com as entradas a rondar os cinco euros, importava explicar como fará para que este espaço seja acessível a todos, uma situação que, revela, ainda não está bem estudada, mas que muito brevemente irá ser posta em prática: « A entrada será paga. Vamos fazer alguns sorteios, vamos fazer algumas coisas para as escolas, de modo a não pagarem obviamente. Mas, isso são situações que temos que verificar», disse, acrescentando de seguida: «Vamos fazer de tudo um pouco, especialmente para os mais jovens, mas está aberto para todas as pessoas, para todas as idades.»

Troféus coletivos ainda vão chegar
O museu que ostenta 126 dos troféus do craque madeirense está ainda incompleto, já que alguns das taças ganhas por equipas se encontram nos museus das respetivas. No entanto, Ronaldo garante que brevemente este espaço estará recheado com essas peças em falta: «Estão praticamente todos os troféus aqui. Quando um museu abre nem sempre temos os troféus todos, mas em apenas algumas semanas penso que estarão todos aqui», explicou.

As certezas do internacional português esvaem-se no entanto quando questionado sobre qual o troféu mais importante que já ganhou até hoje, pelo que prefere falar de todos em vez de eleger um em especial: «Não vou mencionar um troféu só. Falo sempre no global. Tenho muitas coisas para conquistar. Tenho apenas 28 anos e tenho mais alguns anos como profissional e por isso não vou mencionar um troféu em especial», começou por afirmar. E acrescentou: «Para mim todos os trofeus são importantes. Tudo aquilo que tenho aqui é fruto do meu trabalho, fruto da individualidade e do coletivo, porque sem o coletivo não ganhamos nada individualmente.»

«Penso em todas as pessoas que gosto, especialmente o meu pai»
Por fim, explicou que todos os convidados foram escolhidos “a dedo”, pois representam algo para si, faltando, claro está, a presença do seu pai, alguém que acredita estar a olhar por si: «Se eu não convidei pessoas que eu gosto, peço desculpa já em primeiro lugar. Praticamente 99% das pessoas que estão cá, são pessoas que eu quis, são pessoas que analisamos que deveriam estar aqui. O mais importante é que as coisas correram bem, a abertura foi bonita, estão as pessoas que eu acho que são importantes para mim e para o meu futuro», começou por explicar, atirando de seguida: «Penso em todas as pessoas que eu gosto, especialmente o meu pai. Obviamente que não está aqui, mas, se estivesse, sentia-se orgulhoso por ser da Madeira e ser um grande madeirense, mas eu sei que ele está presente.»