O jornal The Sun veio até Portugal para procurar Fábio Paim: o tal que Cristiano Ronaldo dizia, aos 18 anos, que era melhor do que ele próprio. Ora Fábio Paim não desmente o antigo colega e garante que sim, na verdade ele era melhor. Mais: tinha tudo para ser o melhor do mundo.

«Eu era muito especial. Tenho de ser humilde, mas esta é a verdade. Infelizmente naquela época não existia Instagram nem Facebook, não se registava as coisas como se faz hoje em dia, mas acredito honestamente que até hoje não surgiu outro como eu, com a qualidade que eu tinha», referiu.

«O Cristiano, com todo o seu esforço e trabalho, chegou ao nível que chegou e merece. Mas quando eu estava a jogar, se tivesse tido o mesmo nivel de esforço e compromisso, teria sido melhor do que ele. Falando de técnica pura, fui melhor. Eu era um pequeno Ronaldinho. Mas como posso comprovar, a técnica apenas não nos leva a nenhum lugar. Mas sim, naquela época eu era melhor do que o Cristiano. Acho até que ele devia dar-me uma de suas Bolas de Ouro.»

Fábio Paim diz que na altura não era o melhor amigo de Cristiano Ronaldo, mas que eram bons amigos. Chegaram até a passar férias juntos várias vezes, a última das quais numa viagem ao Brasil, antes do início do Euro 2004.

«Se tecnicamente eu podia ter sido o melhor do mundo e podia ter ganhado a Bola de Ouro? Sim, sem dúvida. Infelizmente para mim, nasci com talento. Como ganhava muito dinheiro, tive a ilusão de que não precisava de me esforçar. É impossível uma pessoa como eu ser milionária.»

Fábio Paim recorda que com 13 anos o Sporting lhe pagou um prémio de 350 mil euros e quando tinha 20 anos assinou pelo Chelsea, a ganhar 60 mil euros por mês do clube inglês mais um bónus anual do Sporting de 150 mil euros. Quando a maior parte dos miúdos da idade dele ainda estudava ou procurava o primeiro emprego, Fábio Paim já ganhava um salário anual de 870 mil euros, portanto.

«Lamento algumas das minhas escolhas. Agora estou numa idade diferente e posso ver as coisas de forma mais clara. O talento estava lá, mas a minha mentalidade não estava. A minha cabeça estava nas mulheres, nas festas e em todos as coisas menos o futebol», refere. 

«Ainda joguei alguns jogos, mas meu corpo não estava na melhor forma e não respondia ao que as pessoas exigiam de mim porque, para elas, eu deveria estar no Barcelona ou no Real Madrid.»