O Maisfutebol desafiou os jogadores e treinadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. São as crónicas Made in Portugal:

DIOGO RAMOS, DOXA (CHIPRE):

«Olá a todos os leitores,

Aqui estou para escrever sobre a minha vida em Nicósia. A época no Chipre está a terminar, faltam apenas dois jogos e, tal como todos os emigrantes, a vontade de regressar a casa para junto de quem amamos é muita.

Mas, antes de mais, aqui no Doxa estamos totalmente focados em garantir a manutenção e isso pode acontecer já este domingo se ganharmos ao Aris, adversário direto nesta luta.

O campeonato do Chipre está ao rubro. Faltam dois jogos e três equipas podem ser campeãs. O AEL Limassol e o Apoel vão lutar até ao fim pois na última jornada jogam um contra o outro. O Apollon Limassol, matematicamente, ainda pode também erguer o caneco (a pontuação está parecida com o campeonato espanhol).

A luta pela manutenção também está emocionante, com outra disputa a três. Uma equipa vai ter de descer.

Esta semana está a ser muito boa em termos individuais. No últmo domingo, vencemos no terreno do Nea Salaminas (0-4) e consegui o meu primeiro hat- trick aqui no Chipre. Fiquei surpreendido ao saber que apenas três portugueses conseguiram esse feito este ano e um deles é um tal de Cristiano Ronaldo.

Para meu orgulho, o terceiro golo chegou aos jornais em Portugal e foi um dos melhores da minha carreira. Consegui até dedicar esse golo à Dona Ana, já que era dia da Mãe.



A semana continuou em grande com a vitória nesta quarta feira sobre o AEK Kouklion, novamente por 4-0.

Neste jogo, marquei dois golos e o segundo foi de ‘letra’!



Para acabar a semana em grande, gostava de marcar ao Aris para garantirmos desde já a manutenção e assim ir de férias mais cedo.

Com a chegada da nova equipa técnica (a terceira), estamos a voltar a praticar um bom futebol e a equipa está em crescendo, numa série de bons resultados. O novo treinador conseguiu unir a equipa e motivar os jogadores.

Um dos nossos objetivos esta época era também ir à final da Taça mas o Apoel foi mais forte e eliminou-nos. Em termos pessoais, valeu pelo golo que marquei perante os fanáticos adeptos do Apoel. É muito motivante jogar naquele estádio, com aquela claque. Os adeptos deles são mesmo incansáveis (aqui nas equipas grandes os adeptos não param mesmo), mas para o Doxa já foi um feito chegar onde nunca tinha chegado e ficar a um passo da final.

Estou a gostar da experiencia no Chipre, já que só vim em finais de janeiro e depois de uma primeira fase sinto-me totalmente adaptado ao campeonato e a ritmo de vida de Nicósia.

Tenho mais um ano de contrato com o Doxa e como disse estou contente com a forma como me têm como me têm tratado. Mas tenho uma cláusula no contrato que me permite sair para Portugal a custo zero e irei ver com o meu empresário, após o final do campeonato, o que poderá acontecer.

As saudades são muitas, da família e principalmente da minha mulher, que sempre me acompanhou quando estive fora mas que nesta altura tem um novo negócio (Disara, um pronto a vestir em Grijó – Sermonde) e não pode estar ao meu lado.

Quanto aos meus três clubes do coração: fico triste ao ver o F.C.Porto este ano a não ganhar nada mas para o ano voltamos mais fortes e renovados; o Freamunde está a um passo de subir, com grande mérito, o que me enche de orgulho e aquela gente este ano está perto de celebrar duplamente (eles sabem bem o que estou a falar); como filho da terra, o Grijó vai seguramente garantir a manutenção já que teve um vitória importante esta semana e aquela localidade merece estar no campeonato nacional de seniores.

Foi um prazer relatar a minha experiência ao longo nos últimos meses neste novo país. Agradeço ao Maisfutebol por esta oportunidade, principalmente ao incansável Vítor Hugo Alvarenga.

Gostava de mandar um grande abraço a todos os emigrantes em geral e principalmente aos futebolistas portugueses que levam o nome do nosso país a todos os cantos do mundo!

Cumprimentos a todos os leitores.

Até breve,

Diogo Ramos»