O Maisfutebol desafiou os jogadores e treinadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. São as crónicas Made in Portugal:

JOÃO CHINA, ERMIS ARADIPPOU (CHIPRE)

«Olá, caros leitores do Maisfutebol,

Estamos a chegar à reta final do campeonato, a altura das grandes decisões. Entrámos no play-off para apuramento do campeão e das equipas que vão disputar as competições europeias. Chegámos a esta fase na quarta posição e mantivemos esse lugar até agora.

O grupo do Ermis está de parabéns porque já fez história para o clube em vários aspetos. Está praticamente garantido o apuramento para as provas europeias e será a primeira vez que isso acontece, faltando apenas saber qual será a eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga Europa que a equipa vai disputar.

Para além disso, estamos nas meias-finais da Taça do Chipre. As meias-finais são disputadas em dois jogos e no primeiro acabámos por perder (2-1) em casa do Apollon. A equipa onde está o Bruno Vale, guarda-redes português, é a atual detentora do troféu.

Temos o sonho de chegar à final e vencer a Taça. Por isso, no dia 9 de abril, estou convicto que iremos dar o passo definitivo rumo ao principal objetivo da temporada. Para isso, temos gerido o nosso plantel entre o campeonato e a taça.

Penso que a festa da taça é um dos dias mais bonitos da época, quer para os jogadores como para os adeptos, e estou certo que isso acontece em todos os países. Já tive o prazer de estar presente em duas finais na Ucrânia mas nessa altura perdi com o Tavria e o Shakhtar. Esta última derrota foi no prolongamento e como tal ficou um sabor amargo.

Ainda hoje recordo esses jogos como bons momentos na minha carreira e, como dizem que à terceira é de vez, acho que chegou a altura de vencer uma taça. Assim espero, pelo menos.

Aproveito este momento para escrever um pouco mais sobre a Ucrânia, país onde estive durante alguns anos e que atravessa um momento delicado. Por lá fiz alguns amigos que sentiram de perto a tensão vivida no passado recente, cenário que levou jogadores a rescindir contrato para sair da Ucrânia.

Foi o que aconteceu com Danilo, brasileiro naturalizado belga, que jogou comigo e que se assustou com a revolução e a entrada de tropas russas no país. As pessoas temeram o pior. Só espero que tudo se resolva da melhor maneira.

Voltando ao Ermis, termino com o desejo de conquistar algo por esta equipa, seria uma página bonita na carreira. O clube chegou este ano à primeira Liga do Chipre, vai garantir o apuramento para as competições europeias e ainda está na Taça. Eu acredito!

Obrigado à equipa do Maisfutebol por dar oportunidade aos jogadores portugueses espalhados pelo mundo de transmitirem as suas vivências.

Um grande abraço aos leitores,

Até breve,

João China»