Johan Cruyff analisou as razões de Manuel Pellegrini, treinador do Málaga que na semana passada voltou ao Bernabéu, para defrontar o Real Madrid, de José Mourinho.

O treinador chileno defrontava o antigo clube e decidiu poupar alguns dos titulares, com vista ao encontro seguinte, frente ao Osasuna, com o qual luta pela sobrevivência na Liga. Pellegrini acabou por ser goleado em Madrid e perdeu em casa com a equipa de Pamplona.

O holandês começa por perguntar, na crónica semanal, no El Periódico: «Alguém se surpreendeu com o Málaga, que é último desde ontem, por ter ido ao Bernabéu com monte de suplentes? Alguém ficou surpreendido por o Saragoça ter feito o mesmo, no sábado, em Camp Nou? A diferença entre um e outro ficou-se apenas pelo número de golos. Goleada de 7-0 no Bernabéu, diferença mínima do Barça.»

Cruyff dissera antes que «há duas ligas», uma para «os grandes, outra para os pequenos». Por isso, o antigo treinador do Barcelona declara: «O que dissesse ou deixasse de dizer o treinador do Málaga sobre a importância que dava, ou deixava de dar, ao jogo com o Real Madrid é uma anedota.»

Johan Cruyff explica que «a realidade é que todas as equipas tiveram de jogar três partidas em oito dias» e continua: «Se, por vezes, aos grandes isso já lhes custa e estão habituados, muito pior será para os pequenos. Porque nem estão acostumados, nem têm plantel para tal. Agora, não estou a dizer que abdiquem do jogo de antemão [como dissera Pellegrini]. Ninguém é tão ingénuo. Às vezes até se ganha sem querer.»

Para o holandês, a questão «não é se se colocou a melhor equipa possível em campo», porque, prossegue, «o futebol é um jogo de erros e nada dá garantias». Cruyff argumenta com o jogo deste domingo do Real Madrid: «Por aquilo que se viu em Santander ainda menos. O Madrid mostrou um festival ofensivo, marcando um primeiro golo que até o próprio Barça faria. E sem Cristiano Ronaldo. Uma casualidade ou consequência?»