D.Aves-Est.Amadora, 0-1 (crónica)

Quando a tranquilidade enfrenta a tempestade emocional, normalmente acontece isto. Triunfa. E é este o retrato a fazer ao triunfo do Estrela da Amadora na Vila das Aves. Com a manutenção garantida, a equipa de Daúto Faquirá marcou bem cedo por Moses (aos 15 minutos) e depois aproveitou a agudizante instabilidade da equipa de Neca.
O Aves vinha numa boa sucessão de actuações e resultados, mas voltou este domingo àquilo que foi grande parte da sua temporada. Pobreza exibicional, nervos à flor da pele, clara falta de qualidade de alguns elementos. Hoje, começou no seu quarteto defensivo o descalabro que cerca de 2.500 pessoas puderam assistir. E a permanência fica adiada (?) para a última semana, altura em que a equipa terá que se deslocar ao Estádio do Dragão. Um cenário de horrores, está bom de ver.
Moses. Foi ele que espalhou o pânico na defesa do Desp. Aves ao longo dos primeiros 45 minutos. Muito rápido e intenso, aproveitou o desnorte dos defesas adversários (principalemente William, que esteve muito mal) e apontou o único golo do encontro aos 15 minutos, após um excelente passe de Rui Duarte. A posição do ganês é duvidosa (estaria em fora-de-jogo?), mas a verdade é que fez o seu papel. Recebeu a bola e fuzilou autenticamente Nuno Espírito Santo.
Neca arrisca pouco, Aves só incomoda no «chuveirinho» final
Exigia-se uma resposta positiva do Aves mas tal nunca sucedeu. Sem qualquer fio de jogo, sem qualquer ligação entre os três sectores, a equipa de Neca viveu do pontapé para a frente e a entrega dos seus atletas. E aqui abre-se um pequeno parêntesis para se falar sobre o técnico da equipa da casa.
Só na última mudança, a cerca de 15 minutos do fim, arriscou qualquer coisa, ao trocar Pedro Geraldo por Octávio. Nas restantes, nada, mesmo nada. E só mesmo nos últimos cinco minutos, o Aves incomodou ligeiramente a baliza de Pedro Alves, mercê do habitual «chuveirinho». Anílton disparou uma vez por cima, Anunciação imitou-o logo a seguir.
De resto, paupérrima actuação de uma formação que até vinha dando sinais de retoma. A turbulência volta a incomodar o balneário da equipa. Sobre o árbitro, pode-se dizer que esteve em plano razoável. Alguns erros menores e o benefício da dúvida no lance do único golo do jogo. Moses parece adiantado, mas no estádio é impossível fazer uma análise clara do lance