A 13 de maio de 2013, o adeus à NBA. Daequan Cook joga 2m28s na derrota dos Chicago Bulls contra os Miami Heat. Um lançamento falhado, zero pontos.

A 14 de agosto de 2015, Cook é apresentado na Luz. O Benfica contrata um jogador com um passado de luxo, sete temporadas na melhor liga do mundo, momentos de encanto ao lado de Dwayne Wade, LeBron James (em Miami) ou Kevin Durant (Oklahoma).

Pelo meio, em 2009, Daequan Cook brilha no All Star Game, ao afrontar e derrotar os consagrados Mike Bibby, Danny Granger e Rashard Lewis no concurso de lançamento de três pontos.

O Benfica tem em mãos um «sniper» da NBA, provavelmente um dos jogadores mais categorizados a atuar alguma vez nos pavilhões portugueses.

Vale a pena recordar a noite de glória em 2009 no fim-de-semana All Star…
 

… e avançar para todos os registos de Cook nos pavilhões da NBA.

DAEQUAN COOK NA NBA:

FASE REGULAR


. 2007/08: Miami Heat (59 jogos/8.8 pontos por jogo/33,2% triplos)
. 2008/09: Miami Heat (75 jogos/9.1 pontos por jogo/38,7% triplos)
. 2009/10: Miami Heat (45 jogos/5 pontos por jogo/31,7% triplos)
. 2010/11: Oklahoma (43 jogos/5.6 pontos por jogo/42,2% triplos)
. 2011/12: Oklahoma (57 jogos/5.5 pontos por jogo/34,6% triplos)
. 2012/13: Houston Rockets (16 jogos/3.4 pontos por jogo/36,7% triplos)
. 2012/13: Chicago Bulls (33 jogos/2.5 pontos por jogo/24,6% triplos)

PLAY-OFF

. 2009: Miami Heat (7 jogos/5.3 pontos por jogo/30% triplos)
. 2011: Oklahoma (17 jogos/3.8 pontos por jogo/34.8% triplos)
. 2012: Oklahoma (16 jogos/2.3 pontos por jogo/33.3% triplos)
. 2013: Chicago Bulls (6 jogos/0.5 pontos por jogo/12.5% triplos)

TOTAL: 374 jogos na NBA
 

Daequan Cook (Houston) com Kevin Durant (Oklahoma)

«Aos 15 anos não havia ninguém melhor do que o Cook»

Daequan Cook nasce em Dayton, Ohio, em 1987. Antes de entrar na NBA, com 20 anos – 21ª escolha no draft de 2007 -, o extremo/base é uma verdadeira estrela no basquetebol secundário/universitário.

Mark Titus, ex-colega de equipa de Cook e agora jornalista da ESPN, escreve sobre basquetebol e não tem dúvidas: «aos 15 anos não havia ninguém melhor do que o Cook».

«Conheço-o desde o oitavo ano. Sei que muitos vão pensar que estou a exagerar, mas com essa idade nunca vi ninguém superior. Já tinha nível para jogar na NBA»
.

Titus conta uma história extraordinária sobre esses tempos de Daequan.

«Um ou dois anos depois fomos jogar a Fort Wayne, Indiana. O jogo era às oito da manhã, de um sábado. Fomos informados que o Daequan, o nosso melhor jogador, não podia estar presente. Na sexta-feira à noite ele tinha o baile de finalistas em Dayton, Ohio e o jogo ficava a 200 quilómetros. Era impossível para ele ir à festa e jogar de manhã».

«Às 7h50 estávamos a acabar o aquecimento e vemos o Daequan a entrar no pavilhão. Foi para o banco, equipou-se e disse ao treinador que queria jogar. O jogo começou, o Greg Oden [n.d.r. passou depois por Portland e Miami] ganhou a bola, passou ao Mike Conley [Memphis Grizzlies] e ele ao Cook. Acabou a jogada com um afundanço. Na posse de bola seguinte marcou um triplo»
.

«O Daequan Cook jogava melhor do que nós só com três horas de sono e uma tremenda ressaca».
    
Esta jogada de Cook com Dwayne Wade, anos depois, sustenta a opinião de Titus:



Tragédia bate à porta e Daequan abre o coração

13 de junho, 2009. Um menino de 12 anos é atropelado e acaba por morrer. Chama-se Daquan e vive perto de Daequan. A coincidência, mórbida, não deixa o agora basquetebolista do Benfica indiferente.

Mas há mais. O pequeno Daquan é atropelado quando regressa a casa de um campus de basquetebol organizado por Cook, Daequan Cook. Era apaixonado pela modalidade.

«Senti que tinha de fazer algo por aquela família», diz, mais tarde, Cook. E faz, faz bastante. Além de assumir responsabilidade na formação dos irmãos do falecido Daquan, Cook une-se à mãe do pequeno e cria uma Fundação com o seu nome.

«Recolhemos 150 mil dólares por ano e oferecemos bolsas escolares. Aprendi muito com esta família. Fazem parte da minha vida».

2013-2015: Ucrânia, Alemanha, França, Portugal

Nos últimos dois anos, Daequan Cook viaja um pouco por toda a Europa. Longe da NBA. O atirador começa na Ucrânia (Budivelnyk Kiev), passa para a Alemanha (Walter Tigers Tubingen) e brilha em França (SPO Rouen Basket): terceiro melhor marcador do campeonato, média de 15,9 pontos por jogo.

Porquê o Benfica, no verão de 2015? «É o maior clube de Portugal, ganha títulos e joga as competições europeias», explica Daequan Cook, atirador de elite durante seis anos na NBA.

O primeiro troféu já está conquistado: 79-42 na final da Supertaça contra o BC Barcelos. Daequan Cook contribui com 13 pontos e uma exibição de bom nível.

Semanas antes, contra o FC Porto no Troféu António Pratas, faz melhor: 20 pontos na vitória por 78-64.

E faz isto: