Lisboa é a principal candidata para organizar a partida do Rali Dakar-2006, segundo o empresário João Lagos, principal impulsionador do evento que poderá representar um investimento entre quatro a cinco milhões de euros, um montante que o antigo tenista português classifica como «insignificante». O Governo já reagiu, através do secretário de Estado da Juventude e Desporto, que classificou a iniciativa como «uma boa notícia».
João Lagos desvaloriza o investimento, preferindo destacar o retorno financeiro que o evento poderá trazer para Portugal. O empresário garante que «o mais difícil» já está conseguido e que «os apoios públicos e provados vão surgir facilmente» porque o arranque da prova em Lisboa constitui «uma oportunidade única para a afirmação de Portugal no mundo». João Lagos, também responsável pela organização do Estoril Open, considera ainda que é um «regozijo conseguir esta candidatura a seguir ao Euro-2004» e que «Portugal precisa imensa deste tipo de realizações».
Roma e Barcelona são as outras cidades interessadas em assumir a organização do evento, mas o empresário garante que Lisboa é a preferida. Caso a capital portuguesa vença a candidatura, será a primeira vez que o Dakar, a maior prova internacional de todo-o-terreno, tem início noutro país que não seja França ou Espanha.
Laurentino Dias, secretário de Estado da Juventude e Desporto, referiu-se à eventual partida do Dakar de Lisboa como «uma boa notícia». «O velho rali Paris-Dakar é uma prova do maior prestígio internacional, onde, ainda por cima, alguns pilotos e equipas portuguesas se têm distinguido. E, assim, deve inserir-se num quadro de eventos desportivos internacionais que interessam a Portugal», destacou o governante.
O secretário de Estado revelou que o Governo está disposto a apoiar a iniciativa, mas acrescentou que as verbas em causa vão ter que ser ponderadas. «Vamos proceder com a organização e o promotor dessa prova aos estudos e análise do impacto económico da sua realização em Portugal, para avaliar com rigor a parceria e a participação pública nesse evento. No país que somos hoje, todas as verbas, pequenas ou grandes, têm de ser ponderadas. E a ponderação tem que ter em vista os custos e os benefícios, que neste caso ainda não foram estudados», explicou.