No mesmo dia em que Nani saía das opções de Carlos Queiroz, o particular com Moçambique trazia um contraponto para atenuar a nuvem negra sobre a Selecção. A exibição de Danny confirmou os indicadores deixados em 45 minutos contra Camarões e ajudou a lembrar que o extremo do Manchester United não era o único convocado em grande forma, a menos de uma semana do Mundial.

Pelo seu trajecto atípico, pela passagem falhada pelo Sporting e pelo facto de ter vindo a construir a carreira na Rússia, longe dos olhares dos adeptos, e sem lobby de opinião clubista a seu favor, Danny não é um nome consensual para os adeptos da Selecção.

Surgir como aposta pessoal do seleccionador na fase mais complicada do apuramento (derrota com a Dinamarca, empates com Albânia e Suécia, goleada no Brasil) e ficar fora dos radares durante vários meses, devido a uma lesão grave, foram factores que ajudaram a mantê-lo com um estatuto de segunda linha, atrás de nomes como Cristiano Ronaldo, Nani, Simão, Deco ou Liedson.

O que as últimas semanas disseram claramente é que já vai sendo altura de mudar a avaliação. A forma física exuberante, e a possibilidade de desempenhar qualquer lugar da frente, numa altura em que as opções de ataque definidas por Queiroz ficaram reduzidas a cinco, transformam-no num sério candidato ao onze, a menos de uma semana do pontapé de saída. Lembrando as palavras optimistas do próprio seleccionador, se alguém por estes dias tem andado de «pé na tábua» é ele.