Manuel Fernandes, treinador do Vitória de Setúbal, não prestou declarações à comunicação social após a derrota em Olhão (3-1). Foi o adjunto Ricardo Martins que falou na sala de imprensa, tal como tinha acontecido na «flash interview». Daúto Faquirá, técnico da equipa algarvia, considerou o triunfo incontestável, e destacou a importância de ter conseguido, em sete jornadas, os mesmos pontos que o clube tinha somado em toda a primeira volta da época passada:

Daúto Faquirá

«É natural que eu e toda a equipa técnica, e todos os que torcem pelo Olhanense, estejamos satisfeitos por ganhar um jogo. Pelo jogo, e por termos doze pontos cedo, digamos assim, à 7.ª jornada, é algo extremamente importante em função dos nossos objectivos.»

«Não oferece a mínima contestação a vitória do Olhanense, que se começou a adivinhar muito cedo, pela forma forte como entrámos. Sabíamos como neutralizar a equipa do Vitória, que tem bons executantes, e que vinha à espera do erro e à procura do ponto. Fomos muito fortes na primeira parte, com dois golos e um penalty falhado. O Vitória reagiu bem na segunda parte, com 10/15 minutos bons, e nós também tivemos um problema que deu mais crédito à nossa vitória, pois começámos o jogo sem dois jogadores do meio-campo, depois perdemos o Delson e Cadu, o que nos fragilizou numa zona nuclear. Sem isso, não sofreríamos tantos problemas. E voltámos ao jogo com o terceiro golo. Tirando essa resposta meritória do Vitoria, durante 10/15 minutos, a vitória não merece contestação. Foi boa a resposta dada pelos outros jogadores, provando que temos um grupo muito forte. Fico contente por isso.»

«Quando se ganha, a estratégia é sempre boa. Temos tido sempre cuidado de, em todos os jogos, estarmos bem, neutralizando os aspectos fortes dos adversários sem adulterar a nossa forma de jogar. Hoje, falhámos o penalty mas conseguimos ser estáveis psicologicamente para continuar a impor ritmo forte e essa estratégia acabou por dificultar imenso a forma de jogar do Vitória. Essa pressão muito forte a meio-campo limitou-os. Hoje fomos muito mais fortes que o Vitória, que é uma boa equipa.»

[sobre a lesão de Delson] «Vamos ver, em função do tempo de paragem e das lesões. Carece de tempo, para ver a gravidade da lesão do Delson. Mas jogou o Mexer, o Rui Duarte está a regressar. Entristece ver jogadores perderem o comboio, mas outros jogadores surgirão. Dentro do grupo encontraremos soluções para não deixarmos de ser uma equipa à imagem do que temos feito.»

Ricardo Martins, técnico adjunto do Vit. Setúbal:

«A nossa primeira parte foi, de facto...não diria para esquecer, porque quando cometemos erros temos de rectificar, e é isso que vamos fazer. Demos muita liberdade aos médios do Olhanense e fomos pouco pressionantes, não controlando as saídas dos seus defesas para o ataque. O posicionamento defensivo dos atacantes não esteve bem, ainda rectificámos esse posicionamento antes do intervalo, e no descanso também rectificámos, falámos individual e colectivamente, e foi uma segunda parte completamente distinta. Reduzimos a desvantagem, com controlo e posse de bola, fomos rápidos nas variações, ganhámos o último terço, tivemos cruzamentos e quando pretendíamos chegar ao empate, sofremos um golo outra vez de bola parada e aí, mesmo com mais jogo pela frente, acabámos por perder alguma força e, não diria ambição, mas não conseguimos fazer mais. Ainda fica um penaltypor marcar. Mas o jogo, aí, para nós acabou. Resultado justo? Sim, reconheço, porque um jogo é de noventa minutos, e não quarenta e cinco. E pelos noventa minutos, o Olhanense fez aquilo que sabe fazer bem na primeira parte, e depois esperar pelo nosso erro. Acaba por ser justo, visto por esse ângulo.¿