Em Portugal já toda a gente os conhece, a África do Sul descobre-os agora. Descobre-os depressa, aliás. Os três amigos que saíram de Lisboa no dia 25 de Abril, que cruzaram o continente africano em quarenta dias e que se instalaram em Magaliesburgo, tornaram-se verdadeiras celebridades. Com direito a visitas constantes.

Enquanto o Maisfutebol falou com eles, por exemplo, falaram também com um jornalista brasileiro, um francês e um mexicano, para além de mais dois ou três portugueses. Até a polícia os trata com cuidado. É proibido estacionar nas imediações do hotel da Selecção Nacional, que fica isolada de tudo.

Proibido para todos, menos para a caravana toda pintada de português. «Eles são diferentes», explica uma polícia. «Eles podem estacionar aqui. Só não podem vender coisas.» Não vendem. Um carro com dois sul-africanos pede-lhes para venderem uma camisola, mas os portugueses respondem prontamente que não.

Ora no meio de tantas visitas, Jorge, Joaquim e Carlos dizem que o dia passa num instante. Estacionaram a caravana que os trouxe de Portugal à porta do Valley Lodge Hotel, têm a guarda pessoal dos polícias que fazem a segurança à Selecção Nacional e garantem só sair dali para acompanhar a Selecção.

Para trás ficou mais de um mês de viagem por África, com algumas peripécias à mistura. Foram assaltados em Moçambique e perderam comida, roupas e até um computador portátil. No Sudão foram parados por uma carrinha com uma metralhadora apontada a eles, mas com diplomacia dobraram os ladrões.

Agora estão na África do Sul, onde continuam a viver dentro da caravana. Ficam enquanto Portugal ficar. Quando Portugal terminar a participação, fazem-se à vida. «Se formos campeões do mundo, voltamos de caravana. Se não, vendemo-la. Já tivemos quatro propostas de emigrantes portugueses», dizem.

Veja como vivem os portugueses na caravana: