Diego Armando Maradona, 22 de Junho de 1986, Estádio Azteca. Na Cidade do México, o argentino regista a patente perpétua da «mão de Deus». A Inglaterra não perdoa o gesto, mas a história repete-se. De Maradona a Vata, de Vata a Ronny, de Ronny a Adriano, são vários momentos para recordar. Ou não.
O Internacional Board decidiu, no passado sábado, avançar para testes com cinco árbitros, colocando mais um par de olhos em cada linha de fundo. Seria possível, dessa forma, evitar golos que perduram na memória colectiva dos adeptos de futebol? Veremos.
Maradona cometeu a proeza de marcar o melhor golo do século e o mais polémico no mesmo jogo. Multiplicaram-se os seguidores. Muitos tentaram repetir o contorno sucessivo de adversários, rumo à baliza. Outros, nem tantos, imitaram o primeiro gesto, aquele salto dissimulado e um movimento de cabeça para nada. A mão, essa sim, compensou a falta de centímetros e começou a desenhar o triunfo (2-1).
Vieram as réplicas, a espaços. No futebol português, por exemplo, os mais atentos recordam Paulinho Cascavel num Vitória de Guimarães-Groningen, de 1986/87, ou Stephane Paille num F.C. Porto-E. Amadora, no segundo jogo da Supertaça de Portugal de 1990.
Nesse mesmo ano, nas meias-finais da Taça dos Campeões Europeus, Vata produz uma das fotocópias mais importantes da «mão de Deus», frente ao Marselha de Mozer, conduzindo o Benfica à final. Nos anos mais recentes, em pleno Estádio de Alvalade, Ronny (P. Ferreira) passou a inimigo público do Sporting. E há bem pouco tempo, provando que o futebol pouco evoluiu no escrutínio desses lances, Adriano decidiu um derby de Milão com o braço, de olhos fechados.
Estes lances irão acabar? Caso isso venha a acontecer, vá matando saudades desde já.