Está armado o cenário para o Super Bowl 2014 e saiu melhor que a encomenda. A grande final da NFL, a 2 de fevereiro, vai colocar frente a frente as duas melhores equipas da fase regular. Pode não parecer, mas é raro. De um lado os Seattle Seahawks, a melhor defesa do campeonato, do outro os Denver Broncos, o melhor ataque. Frente a frente num estádio aberto, outra novidade desta temporada, de Nova Iorque para o mundo.

Desde que existe Super Bowl (esta é a 48ª edição), é apenas a quinta vez que as melhores equipas da temporada chegam à grande decisão do futebol americano. Broncos e Seahawks, que terminaram a época com registos iguais, 13 vitórias e três derrotas, levaram a melhor nas finais de conferência neste domingo. Primeiro apuraram-se os Broncos, que venceram os New England Patriots na final da AFC, a Conferência Americana, por 26-16.

E lá vai Peyton Manning, um do grandes quarterbacks da NFL, à sua terceira Super Bowl. Hoje com 37 anos, Manning chegou aos Broncos em 2012 e agora levou a equipa à grande decisão pela primeira vez desde 1999. Os Broncos têm seis presenças em finais e ganharam duas vezes a Super Bowl nos anos 90, mas há muito que estavam afastados da decisão.

Os Seahawks, que fizeram uma excelente época regular, tiveram mais dificuldades para ganhar a final da NFC, a Conferência Nacional, frente aos San Francisco 49ers, que procuravam chegar à sua segunda Super Bowl seguida, depois de terem perdido a decisão no ano passado frente aos Baltimore Ravens.

A decisão arrastou-se até 22 segundos do final, quando Richard Sherman, defesa dos Seahawks, intercetou um passe que era destinado a Michael Crabtree, impedindo que os 49ers pontuassem. E selou o resultado final: 23-17 e segunda presença da história para os Seahawks no Super Bowl, que a equipa de Seattle nunca venceu.

Sherman foi aliás protagonista da polémica destas finais de Conferência. No final, a quente, puxou dos galões, indignado com uns comentários de Crabtree anteriores ao jogo, para dizer que não há melhor que ele na liga.



Com os Seahawks vai à final Derrick Coleman, o jogador surdo cuja história o Maisfutebol lhe contou recentemente. Uma entre tantas num desporto rico e mediatizado como muito poucos outros.

Ainda que não imune a polémicas. Ainda agora o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a alimentar o debate sobre a dureza do futebol americano. «Nunca deixaria um filho meu jogar futebol profissional», disse Obama à revista «New Yorker», referindo-se ao risco físico de um desporto onde atualmente há centenas de atletas a processar a NFL por problemas associados a lesões na cabeça.

O futebol americano continua a ser o desporto profissionais mais popular entre o público dos Estados Unidos e o Super Bowl é um espetáculo com números de assistências e de dinheiro envolvido que impressionam. E é cada vez mais global, com transmissão em direto um pouco por todo o mundo, incluindo Portugal.

Nos Estados Unidos passa os 100 milhões de espectadores e a sua dimensão vai muito para lá do jogo. Com tanta gente a ver, o custo da publicidade antes e durante o evento bate recordes. Chega a quatro milhões de dólares por um anúncio de 30 segundos, segundo as regras definidas pela Fox, que tem este ano os direitos de transmissão. Por esse dinheiro todo, as empresas esmeram-se na publicidade que criam especialmente para o Super Bowl, o que faz dos intervalos comerciais um dos temas quentes da noite do grande evento.

Para ter uma ideia, fique com alguns dos melhores anúncios da noite de Super Bowl



Depois há o espetáculo paralelo. O «half time show» do Super Bowl é também ele um super-evento. São 30 minutos e os nomes dos artistas convidados são uma lista de quem é quem no panorama mundial da pop das últimas décadas. Já por lá passaram Michel Jackson, U2, Rolling Stones, Prince, Bruce Springsteen ou Madonna, entre muitos outros. Para 2014 já foram revelados alguns dos nomes, entre os quais Red Hot Chili Peppers e Bruno Mars.

Há mais um dado para alimentar a expectativa este ano. O Metlife Stadium de New Jersey, palco da decisão, é um recinto aberto e esta será a primeira vez que o Super Bowl não se joga num estádio fechado numa cidade onde é expectável estar frio e até pode nevar. O impacto de realizar a decisão em Nova Iorque, na casa dos NY Giants, foi mais forte do que os desafios adicionais que pode causar a meteorologia, e o cenário garantirá seguramente uma envolvente especial para o grande jogo.