* com Nuno Madureira
O
golo de Arda Turan, que decidiu o jogo entre o At. Madrid e o FC Porto, ainda que maculado por um fora de jogo, atesta a qualidade de trabalho da equipa «colchonera» na preparação dos livres. Estranhamente, a equipa portista deixou-se surpreender, nos minutos finais da partida, apesar de há bem pouco tempo (a 14 de setembro) o At. Madrid ter marcado um golo quase idêntico, na vitória por 4-2 sobre o Almería. Foi o terceiro golo «colchonero» nesse jogo, com a conclusão a pertencer a Tiago.
O lance não terá sido suficiente para despertar os sinais de alarme no Dragão, a avaliar pela reação frustrada de Paulo Fonseca no final do jogo. Mas há mais: o próprio Simeone admitiu, na conferência de imprensa, que essa é uma arma habitual na equipa, já tentada na época passada em jogos com o Bétis e o Maiorca.
O golo de Tiago ao Almeria
Mas Simeone foi mais longe, e assumiu que o livre protagonizado pelo At. Madrid tem uma origem mais remota, mais precisamente o Mundial 1998. Nessa altura, o treinador dos «colchoneros» era o capitão da Argentina. Nos oitavos de final, num dos jogos mais memoráveis da história dos campeonatos do Mundo, a Argentina afastou a Inglaterra nos penáltis, depois de um dramático 2-2 nos 120 minutos. O segundo golo argentino nasceu de um livre quase idêntico ao de Turan.
O selecionador da Argentina era Daniel Passarella, e no seu manancial de recursos táticos estava um lance semelhante, muito trabalhado nos treinos. «Passarella fê-lo em 98 e tenho essa jogada nas minhas ideias. Saiu muito linda desta vez. A distração existe no futebol e aproveitámos bem», admitiu o técnico do Atlético.
O golo da Argentina à Inglaterra, em 1998
Mas claro que no futebol ninguém inventa nada. O livre trabalhado nas costas da barreira estava, muito provavelmente, na cabeça de Daniel Passarella, porque apenas quatro anos antes, no Mundial dos Estados Unidos, a Suécia o aplicou com grande eficácia. Mais uma vez, num jogo a eliminar, que acabou 2-2. A vítima foi a Roménia, o carrasco chamava-se Thomas Brolin, e a Suécia acabou esse Mundial no terceiro lugar.
O golo da Suécia à Roménia, em 1994
Mas nem sequer é esta a origem última do lance, pelo menos em Campeonatos do Mundo: a expressão «livre de laboratório» passou a entrar no léxico dos apreciadores do futebol internacional com esta pequena maravilha, assinada pela seleção búlgara, no primeiro Mundial do México, e concluída por Dermendjiev. Não terá sido o primeiro, mas foi, no primeiro dos mundiais transmitidos a cores para todo o mundo, um dos primeiros a conseguir uma audiência global. Uma menção, por isso, para o selecionador búlgaro da altura: Stefan Bojkov, uma pequena parte do desfecho do Dragão deve-se a ti.
O golo da Bulgária ao Peru, em 1970
O lance não terá sido suficiente para despertar os sinais de alarme no Dragão, a avaliar pela reação frustrada de Paulo Fonseca no final do jogo. Mas há mais: o próprio Simeone admitiu, na conferência de imprensa, que essa é uma arma habitual na equipa, já tentada na época passada em jogos com o Bétis e o Maiorca.
O golo de Tiago ao Almeria
Mas Simeone foi mais longe, e assumiu que o livre protagonizado pelo At. Madrid tem uma origem mais remota, mais precisamente o Mundial 1998. Nessa altura, o treinador dos «colchoneros» era o capitão da Argentina. Nos oitavos de final, num dos jogos mais memoráveis da história dos campeonatos do Mundo, a Argentina afastou a Inglaterra nos penáltis, depois de um dramático 2-2 nos 120 minutos. O segundo golo argentino nasceu de um livre quase idêntico ao de Turan.
O selecionador da Argentina era Daniel Passarella, e no seu manancial de recursos táticos estava um lance semelhante, muito trabalhado nos treinos. «Passarella fê-lo em 98 e tenho essa jogada nas minhas ideias. Saiu muito linda desta vez. A distração existe no futebol e aproveitámos bem», admitiu o técnico do Atlético.
O golo da Argentina à Inglaterra, em 1998
Mas claro que no futebol ninguém inventa nada. O livre trabalhado nas costas da barreira estava, muito provavelmente, na cabeça de Daniel Passarella, porque apenas quatro anos antes, no Mundial dos Estados Unidos, a Suécia o aplicou com grande eficácia. Mais uma vez, num jogo a eliminar, que acabou 2-2. A vítima foi a Roménia, o carrasco chamava-se Thomas Brolin, e a Suécia acabou esse Mundial no terceiro lugar.
O golo da Suécia à Roménia, em 1994
Mas nem sequer é esta a origem última do lance, pelo menos em Campeonatos do Mundo: a expressão «livre de laboratório» passou a entrar no léxico dos apreciadores do futebol internacional com esta pequena maravilha, assinada pela seleção búlgara, no primeiro Mundial do México, e concluída por Dermendjiev. Não terá sido o primeiro, mas foi, no primeiro dos mundiais transmitidos a cores para todo o mundo, um dos primeiros a conseguir uma audiência global. Uma menção, por isso, para o selecionador búlgaro da altura: Stefan Bojkov, uma pequena parte do desfecho do Dragão deve-se a ti.
O golo da Bulgária ao Peru, em 1970
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