Ao longo de cinco anos como seleccionador nacional, Luiz Felipe Scolari manteve convicções fortes e defendeu invariavelmente os seus jogadores, sobretudo os nomes mais susceptíveis a contestação. Em dia de aniversário, o Maisfutebol procurou três homens que devem as suas recordações na selecção nacional ao treinador brasileiro.
Rogério Matias, actual lateral esquerdo do Rio Ave, foi uma das primeiras apostas de Scolari, somando cinco internacionalizações. «Tem um estilo muito próprio de unir o grupo de trabalho e de fazer com que a equipa jogue da forma que ele pretende. O mais importante, segundo julgo, é que os resultados apresentados até ao momento são muito bons», começa por dizer o defesa.
Os preferidos de Scolari
As melhores frases
Afinal, ele ganha muito?
«Ele chegou a Portugal como campeão do mundo, teve o mérito de colocar o Brasil a funcionar como equipa. Isso demonstra que é um grande técnico e confere-lhe um estatuto muito elevado. Tem uma carreira brilhante e muito do que conseguiu está ligado à forma exigente e autoritária com que treina. Adorei ter trabalhado com ele e ter feito parte de um lote muito restrito de jogadores. Quem veste aquela camisola uma vez, só pensa em voltar a envergá-la», acrescenta Rogério Matias.
O jogador defende a continuidade de Scolari após o Euro2008: «Acho que ele deveria continuar mesmo depois do Europeu. Não vejo razão para que isso não suceda. Seria importante dar continuidade ao que já foi feito. Ele tem tudo para continuar a ser feliz enquanto seleccionador nacional.»
Um amigo dos jogadores, um impulsionador do povo
Ricardo Costa foi outro nome que cativou Luiz Felipe Scolari, apesar do cepticismo. Com utilização intermitente no F.C. Porto, o polivalente defesa foi chamado para a fase final do Mundial de 2006. «Foi o seleccionador que me levou à selecção nacional apesar de eu estar mal no F.C. Porto. Ele já me conhecia, pediu-se para ser o mesmo, ele sabia que eu não jogava no F.C. Porto apenas por questões tácticas. Consegui fazer um jogo no Mundial, que me correu muito bem», recorda, ao Maisfutebol.
«Penso que ele tem feito um trabalho bastante positivo, com ele chegámos a uma final do Europeu e ao 4º lugar no Campeonato do Mundo. A forma como ele cativa os adeptos também foi importante. É uma pessoa amiga, verdadeira, que gosta de ajudar mas também quer o retorno. Penso que ele deve continuar, seria uma aposta que traria vantagem para Portugal. Conhece os jogadores, seria uma vantagem para todos», considera o actual jogador do Wolfsburgo, da Alemanha, salientando o mérito de Scolari: «Não basta ter craques, é importante criar um colectivo forte. Em anos anteriores, também tivemos jogadores de grande nível, mas não conseguíamos os mesmos resultados.»
Na ressaca do Mundial de 2006, Scolari avançou para a renovação do grupo. Entre os talentos emergentes, o treinador demonstrou especial afeição por Manuel da Costa, jovem central do PSV Eindhoven. «Só fui convocado três vezes, mas ele falou muito comigo e pareceu-me boa pessoa desde o primeiro contacto. É muito amigo dos jogadores e exemplifica ao pormenor tudo o que quer que a equipa faça nos jogos. Confia muito nos seus atletas e sinto que isso motiva o grupo», recorda o jogador, em conversa com o Maisfutebol
«É duro e autoritário dentro do relvado, mas transfigura-se completamente nas horas de lazer, fora do trabalho. Acho que essa é uma das coisas que mais cativa nele. Já deu muito ao nosso país nestes cinco anos, tanto no Euro2004 como no Mundial da Alemanha. Mas sinto que no próximo Campeonato da Europa pode fazer ainda melhor», remata Manuel da Costa, que chegou recentemente à Fiorentina.