Delfim continua uma difícil recuperação a uma cirurgia à coluna, realizada há quase um ano. Um pesadelo que começou em Agosto de 2002, com um sono mal dormido no autocarro do Marselha e prolongou-se com várias operações e diagnósticos contraditórios. No início do ano, em conversa com o Maisfutebol, Delfim mostrou não ter qualquer esperança de recuperar para o futebol, ainda que fosse um cenário complicado de admitir.
Um ano após a operação, Delfim dá mostras de um optimismo moderado: «Estou bem comparando com a forma como estava há uns meses, mas estou longe de estar a cem por cento. Creio estar no bom caminho. Ainda que o processo de recuperação seja lento, porque a coluna assim o dita. Tenho de ter muita paciência. O tempo é que tem razão. Não posso desesperar e ir contra o tempo. Continuo a fazer tratamento com António Gaspar... Ainda tenho trabalho para muito tempo. Logicamente, tenho esperança de voltar a ser o Delfim que era, quanto mais não seja como homem, por que a minha personalidade e o meu carácter assim o exigem. A minha recuperação como atleta não depende só de mim. Depende muito de mim e da minha força de vontade, mas também das luzes que os médicos me vão dando e também das luzes que os médicos não me vão tirando.»
O português está a fazer trabalho de recuperação com António Gaspar, fisioterapeuta da selecção nacional, desde Outubro de 2003. Apesar das melhorias, nota-se ainda alguma mágoa em relação ao Marselha: «São problemas da profissão ainda que o meu tenha sido de uma forma estranha. Há que viver com isso. Cada um carrega a sua própria cruz e eu tenho de carregar a minha. Vou levá-la com força.»