Daniel Kenedy, antigo jogador do Benfica, considera que os últimos resultados da Liga vão ter pouca influência no dérbi da próxima quinta-feira entre Sporting e Benfica, relativo à primeira mão da meia-final da Taça de Portugal.

«Penso que vai ser um jogo bastante complicado, sabendo que há duas mãos e nada fica resolvido desde já. Neste momento, o Benfica está no primeiro lugar [do campeonato] e o Sporting em segundo, mas com menos um jogo. Psicologicamente, é sempre importante perceber quem está à frente, mas, seja qual for a posição de cada equipa, este jogo será sempre muito emotivo», destacou o jogador que representou o Benfica de 1992 a 1996 à agência Lusa.

A equipa de Ruben Amorim recebe a formação de Roger Schmidt às 20h45 da próxima quinta-feira no Estádio de Alvalade, numa altura em que as águias lideram a Liga com mais dois pontos do que os leões que contam com menos um jogo.

«Houve algumas exibições que não foram muito positivas, mas o Benfica fez no domingo uma excelente segunda parte e teve um resultado muito bom [vitória caseira por 4-0 face ao Portimonense]. Depois, o Sporting empatou [3-3 na visita ao Rio Ave]. Há muita coisa pela frente e penso que isto tudo ajuda o Benfica a olhar para o resto da temporada com hipóteses de vencer a Liga e a Taça de Portugal, estando ainda na Liga Europa», comentou.

Imbatíveis nos três jogos grandes efetuados em 2023/24 - que incluíram a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira perante o FC Porto (2-0), em agosto de 2023, em Aveiro -, os encarnados jogam em Alvalade três dias antes da visita ao Dragão, da 24.ª ronda do campeonato, mas Kenedy, de 50 anos, direciona todas as atenções para a partida com os leões.

«São dois objetivos que o Benfica quer concretizar este ano, mas penso que eles têm de pensar primeiro no embate de quinta-feira e só depois olhar para o FC Porto, sem alterar muito a sua equipa», sugeriu o ex-jogador, que foi campeão nacional (1993/94) e ganhou duas Taças de Portugal (1992/93 e 1995/96) pelo clube da Luz antes de rumar às Antas.

O conjunto comandado pelo alemão Roger Schmidt não perde há 22 duelos em todas as competições, série que engloba 16 triunfos e seis empates e arrancou precisamente com uma reviravolta caseira sobre o Sporting (2-1), para a 11.ª ronda da Liga - fruto de dois golos no período de compensação, de João Neves e Tengstedt, após a expulsão de Gonçalo Inácio, aos 51 minutos.

Apesar dos resultados, as exibições têm levantado dúvidas numa época manchada pelo afastamento na primeira fase da Liga dos Campeões, e consequente queda para a Liga Europa, além do deslize nos penáltis com o Estoril para as meias-finais da Taça da Liga.

«Tem havido alguma surpresa. Roger Schmidt mudou várias vezes a equipa [que atua de início], mas ele é que trabalha com os atletas e sabe aquilo que melhor deseja para cada jogo. Por vezes, as coisas correm bem, mas também podem correr mal. Quando correm bem, ninguém diz nada. Se correm mal, há sempre quem queira falar. São as ideias dele e, enquanto for treinador do Benfica, as pessoas têm de respeitar isso», avaliou Kenedy.

O Benfica não conquista a Taça de Portugal desde 2016/2017, quando revalidou o cetro de campeão nacional pela última vez, tendo perdido as finais de 2020/21 e 2021/22 disputadas em Coimbra face a FC Porto (1-2) e Sp. Braga (0-2), respetivamente, ambas à porta fechada, culpa da pandemia da covid-19.

«Independentemente da realidade, o Benfica reúne excelentes atletas. Sabemos que, por vezes, isso dificulta a escolha do treinador, mas há uma base do ano anterior. A equipa é coletivamente boa e, claro, as individualidades decidem as partidas. Admiro muito o Rafa Silva. Tem uma qualidade fora de série e está a ajudar bastante o Benfica», finalizou, em alusão à unidade mais influente do plantel, com 17 tentos e 14 assistências em 39 jogos.