Benfica e FC Porto perderam pontos, e a diferença passou de quatro para três, a quatro jornadas do clássico da Luz.
Os dois candidatos ao título que restam não conseguiram controlar os adversários valorosos, a jogar perante o seu público, depois de terem feito o que, por vezes, é mais complicado: marcar primeiro.
Os encarnados reagiram mal à vantagem conseguida pela classe de Salvio, baixando o ritmo até serem ultrapassados pela entrada em campo de Diego Lopes
– grande exibição!
–, que virou o encontro. Foram surpreendidos, aparentemente, também.
A quebra, a partir desse momento, foi vertiginosa, com o penálti de Samaris, a expulsão de Luisão e, depois, o golo de Del Valle no último dos cinco minutos de descontos.
Tal como Jesus o disse em Paços, o Benfica também não podia ter perdido agora nos Arcos.
Frente a Sporting Braga e Rio Ave, o conjunto da Luz esteve sempre a vencer, e deixou o resultado virar. Não soube em nenhuma dessas derrotas, até algo parecidas, gerir o tempo que tinha pela frente e até a sua própria natureza em apanhar os adversários em contra-pé. Em Paços, não marcou e, quando percebeu que o empate era o único resultado possível perante aquela exibição, permitiu o penálti nos descontos.
Nos três jogos, mostrou a incapacidade para dominar por completo os rivais, que já aprenderam, ao fim destas jornadas, que conseguem desafiar o campeão no seu estádio. Na Luz, a história tem sido outra, mas infelizmente para este Benfica de duas caras, há ainda deslocações complicadas pela frente.
O treinador também não tem por que cair em cima da arbitragem. O Benfica perdeu porque não foi capaz de jogar os 90 minutos com a mesma qualidade, e não soube empurrar o adversário o suficiente para a sua área. Perdeu bem, e com estrondo.
Na Madeira, também o FC Porto marcou primeiro, mas somou o quinto empate, quarto fora de portas.
O golaço de Tello nos descontos da primeira parte parecia indicar o caminho, mas a segunda trouxe um Dragão com pouca presença na área do adversário e um jogo mais partido, com os madeirenses a conseguirem soltar-se nos flancos em velocidade. Wagner empatou, Lucas João falhou o impossível, só com Helton pela frente. A penalização para os de Lopetegui poderia ter sido ainda maior, com maior acerto do internacional sub-21 português.
Depois de saber o resultado do Benfica o normal para o
velho FC Porto seria vencer. Não fazê-lo – tal como tinha acontecido com o Benfica em Paços depois do Marítimo-FC Porto – expõe também fragilidades numa altura crucial da temporada. Estar a três não é o mesmo que estar a um, e mantém o rival com um pouco menos de pressão do que poderia estar nesta altura.
O alerta, para ambas as equipas, tem de estar no máximo. Os de Jesus recebem a visita de duas equipas em alta, Nacional e Académica, antes do dérbi do Restelo. O FC Porto tem pela frente um Estoril que já viu melhores dias, mas depois visita Vila do Conde, onde o Benfica agora falhou, antes da receção à Académica. A seguir, o clássico, que será sempre importantíssimo.
Os dois rivais mostraram, sim, que ainda não têm tudo resolvido, apesar de apresentarem mais soluções do que os outros. Uma coisa é certa: o grande jogo da Luz vai ferver ainda mais do que antes.
Luís Mateus é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no TWITTER.
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23 mar 2015, 17:59
Benfica e FC Porto: um problema de controlo
Encarnados perderam três jogos parecidos, dragões somaram quarto empate fora de casa.
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