A primeira derrota do Benfica na Liga chega na sequência de um empate no Dragão, em que o FC Porto foi claramente superior e capitulou no fim, e nova igualdade, a três golos, em Istambul frente ao Besiktas, depois de ter estado a ganhar por 3-0.

É o terceiro jogo consecutivo fora de casa sem vencer e surge num momento delicado da temporada, antes das receções a Nápoles e Sporting, o primeiro decisivo na Liga dos Campeões, enquanto o segundo, caso os leões ultrapassem o Vitória de Setúbal, poderá virar o campeonato uma primeira vez para os leões.

Nos Barreiros, a equipa de Rui Vitória esteve longe de conseguir criar um primeiro bloco tampão à criação do adversário e cometeu erros individuais decisivos. O primeiro golo começa numa escorregadela de Luisão, o segundo divide culpas entre André Almeida e Ederson, um pouco ingénuo na forma como permitiu de tão perto o cabeceamento de Maurício.

Sem mostrar segurança atrás, e com os jogadores demasiado afastados entre si, o Benfica não conseguiu empurrar o Marítimo para perto da baliza de Gottardi e expôs-se durante muito tempo. Lembre-se que os madeirenses, muito bem montados por Daniel Ramos, têm oportunidades para fazer o 2-0, mas são os lisboetas a empatar com grande dose de felicidade.

É verdade que o emblema da Luz, sobretudo na segunda parte, desperdiçou de mais. Duas bolas ao ferro, os remates de Rafa e Mitroglou, e a cabeçada de Jiménez seriam oportunidades suficientes para vencer. Ou, pelo menos, não perder.

Em termos ofensivos, os números provam que não foi uma exibição medíocre, e que os encarnados continuam a chegar bem à baliza adversária. Faltou o resto. Uma equipa em bloco, a controlar a bola e o opositor, e a validação das oportunidades num estádio que costuma ser muito complicado para quem o visita.

Mais do que o resultado em si, e as perspetivas que abre aos adversários, o 2-1 não pode ser visto de forma isolada. É o momento mais instável do campeão esta época.

Longe ainda de ser uma crise, Rui Vitória vai ter de voltar a unir o que se soltou nos últimos dias. Ou o problema agravar-se-á.