Ruído, só se ouve ruído.

Não se ouvem os jogadores a falar dos golos e das suas melhores jogadas, nem os treinadores a explicar como ganharam ou surpreenderam os rivais. Muito menos os adeptos, a elogiar os seus heróis. Apenas ruído, nada mais do que ruído.

Dirigentes contra dirigentes, frames contra frames, críticas contra críticas. Mil gritos de o teu penálti é maior do que o meu. Mais mil de que o videoárbitro não serve para nada, de quem pensava, provavelmente, que servia para tudo.

Hoje em dia, é pior. Há redes sociais, há Facebook e Twitter. E o eco ganha proporções esmagadoras. Há o discurso, e os seguidores, verdadeiros mas sem querer pensar, ou falsos e parte da propaganda. Uma batalha ideológica, cega, que tantas vezes tem continuidade nas ruas. De todos os lados, entre todos os clubes, dependendo do momento.

O ruído é ainda maior, com o estalar da violência.

O futebol português é feio, horrível, e não é aquele que se joga em campo, apesar de por vezes também poder ser melhor. O futebol português, o que realmente interessa, não tem voz.

Só se ouve ruído, e sobre esse ruído só escreve quem quer.

Calem-se, ou joguem à bola!