Uma equipa. 

Foi o que faltou a Rui Vitória. Precisamente aquilo que disse ter contra «11 jogadores do outro lado», de «forma mais corrida» ou não, na antevisão do dérbi.

A melhor, talvez a única verdadeira em campo, foi a do rival. O Benfica foi uma má soma de 11 unidades, que não basta obviamente para formar uma equipa.

Os encarnados nunca foram um bloco a atacar, mas sobretudo a defender andaram sempre longe de onde deviam andar e foram submergindo fatidicamente nas dúvidas que se tinham denanuviado, por essas bandas, com a relativa boa imagem deixada no Dragão e, sobretudo, com o grande triunfo de Madrid frente ao Atlético, na Liga dos Campeões,

Tudo o que está acima é obviamente de treinador. E houve um, este domingo, que foi consideravelmente melhor do que o outro e venceu. Tal como já tinha sido melhor e vencido na Supertaça.

De Madrid, Vitória saiu com a ideia reforçada de que André Almeida até era capaz de chegar.

Hoje, foi dos piores em campo.

Do Calderón também tinha sobressaído a imagem de que tinha voltado a haver intensidade, posicionamento e concentração nas transições defensivas. Este domingo, voltou-se para aquele ponto de restauro perto do início da época em que uma bola perdida era meio-golo.

Até foi por Júlio César, fantástico neste início de temporada, que começou a quebrar.

E nem a Luz, que esteve sempre do seu lado e onde não perdia há tanto tempo, impediu que o Benfica deixasse o rival igualar o seu melhor resultado aí.

Madrid camuflou problemas, o dérbi destapou-os e até intensificou outros.

Com Samaris a continuar a ser o melhor do setor, cairá agora a opção André Almeida, que até pode beneficiar da cada vez maior descrença em Eliseu e passar a ser ele o lateral-esquerdo?

No miolo, será finalmente Pizzi aposta consistente? Ou o técnico ainda tentará Cristante, que não conta tanto como não contava Almeida antes do Dragão, João Teixeira ou mesmo Renato Sanches? Ou Talisca, se quiser fazer tábua rasa de tudo o que o brasileiro não fez até aqui.

E lá à frente, Jiménez começou a fazer mais sentido que Mitroglou pela forma como se movimenta, mas, por consequência, aparenta ter pouco peso na área.

São muitas as dores de cabeça para Rui Vitória. Perante cada vez mais pressão...

P.S. O FC Porto perdeu dois pontos em casa com o Sp. Braga e deixa que o Sporting se isole. Um castigo para a falta de inspiração perante um conjunto minhoto cada vez mais consistente, que soube abdicar de algumas aptidões ofensivas para não perder na visita ao Dragão. Também Lopetegui ainda tem coisas para acertar no seu onze.

LUÍS MATEUS é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no TWITTER. Além do espaço «Sobe e Desce», é ainda responsável pelas crónicas «Era Capaz de Viver na Bombonera» e «Não crucifiquem mais o Barbosa» e pela rubrica «Anatomia de um Jogo».