28 de outubro. É a data da última vitória do Belenenses, um claro 3-0 ao Moreirense, a contar para a Liga.

Desde então, os azuis somaram sete derrotas e oito empates, três dos quais para a Taça da Liga, e trocaram de treinador: Domingos deu lugar a Silas e a uma nova ideia de jogo, muito assente numa construção em apoio a partir de trás, sem precipitações e pontapés para a frente.

11 e 29 de dezembro. As datas dos mais recentes triunfos do Marítimo, respetivamente para a Liga (1-0, Sp. Braga) e Taça da Liga (3-2, União da Madeira), ambos nos Barreiros.

Desde essa vitória sobre os arsenalistas, há um registo de seis derrotas e três empates, e o tal 3-2 no dérbi com o União. Dos seis desaires, três foram consecutivos e estão bem frescos na cabeça do plantel às ordens de Daniel Ramos: 2-1 no Bessa, 0-3 na receção ao Portimonense e agora 3-0 em Vila do Conde. Uma das igualdades, a zero, surgiu precisamente no Caldeirão, frente ao Belenenses.

Com um modelo de jogo erguido à volta da coesão e equilíbrio defensivo, os madeirenses sofreram oito golos e marcaram apenas um nos últimos três encontros, e os sinais de alarme são visíveis. Era essa a sua imagem de marca, não propriamente a qualidade do futebol praticado no ataque.

O ponto de viragem até terá acontecido mais atrás, precisamente no início deste ciclo, em que a equipa de Daniel Ramos perdeu a invencibilidade em casa, frente ao Desportivo de Chaves. O conjunto insular abanou, e voltou a abanar fortemente depois, com a goleada (5-0) sofrida em Alvalade, e não recuperando até hoje.

Já os azuis vivem, aparentemente, uma crise de crescimento, o que leva a uma questão pertinente: terá Silas os jogadores indicados, sobretudo no setor mais recuado, para as novas ideias? O bom jogo frente ao Benfica, que por muito pouco não valeu três pontos, depois do tal empate no Funchal, terá de certa forma adiado a pergunta e camuflado fragilidades. Na derrota deste fim de semana frente ao Desp. (2-5) Aves dois golos foram sofridos a tentar construir – erros graves de André Moreira e de Bakic –, o que deixa o aviso sobre mudanças radicais a meio do caminho.

O quinto lugar, ocupado pelo Rio Ave, está a sete pontos do Marítimo. Vale Europa. O Belenenses, por sua vez, tem apenas mais três pontos do que os dois últimos, Vitória de Setúbal e Estoril (menos um jogo). O risco de descida parece cada vez maior.

Séries negras, a complicar as contas dos dois clubes e, obrigatoriamente, a fazer repensar estratégias.