Dois empates em casa, de Benfica e FC Porto, e uma derrota fora, claramente no desafio mais complicado, o do Sporting frente ao campeão europeu Real Madrid, e que chegou acompanhada por um grande travo a injustiça.

Dois pontos em nove possíveis, e um atraso já grande para o quinto lugar no ranking UEFA, ocupado pela França, e a expetativa de uma luta até final com a Rússia por três vagas na Liga dos Campeões daqui a duas temporadas.

Para trás, Portugal já tinha perdido Arouca e Rio Ave na Liga Europa, apesar de alguma infelicidade de ambos em vários momentos.

Também a Seleção começou mal o início da caminhada para o Campeonato do Mundo, ao perder na Suíça, em teoria o adversário mais forte na luta pela qualificação direta, por 2-0. É verdade que teve alguns bons momentos, mas pareceu ainda na ressaca da festa do maior momento da sua história desportiva, comprometendo naquilo que foi um dos seus pontos fortes em França: a organização e solidez defensiva.

Exceção feita ao apuramento dos fantásticos sub-21 de Rui Jorge para o Europeu, o futebol português entrou mal na temporada, retirando um pouco de brilho ao conquistado em julho no Stade de France.

É verdade que Benfica, FC Porto e Sporting deixaram tons diferentes nos resultados conseguidos.

Os leões foram verde-berrante no Bernabéu, dominaram o campeão europeu e estiveram perto, muito perto, de sair de Madrid com um triunfo histórico. Uma grande exibição coletiva, a anular durante 85 minutos um adversário cheio de estrelas.

Cristiano Ronaldo só apareceu nesse livre direto, mas foi perfeito. Os merengues empataram, acreditaram que ainda podiam ganhar e ganharam. Com injustiça, mas ganharam. A uma estratégia quase perfeita terá faltado Jorge Jesus junto ao banco até final, como o próprio reconheceu, o discernimento que será sempre complicado a este nível e perante este tipo de rivais e, impressão minha, um Slimani que ajudasse a esticar o jogo para longe da sua baliza.

Muito desfalcados, sobretudo no ataque, os encarnados também consentiram, na Luz, um golo de livre direto, no caso a um jogador que emprestou ao rival: Talisca. A equipa de Rui Vitória não jogou mal, esteve perto de fazer o 2-0 e arrumar com a questão, mas sempre se sentiu que estava espremida ao limite. O resultado, apesar do esforço, é obviamente mau, mas os condicionalismos também foram evidentes.

Já os dragões foram os que deixaram o tom mais baço entre no empate com o FC Copenhaga. Estiveram a vencer – com um grande golo de Otávio –, acomodaram-se, sofreram o empate e, mesmo com mais um em campo, não conseguiram voltar a marcar e somar os três pontos. Péssimo resultado, a fazer lembrar outros maus momentos europeus no Dragão num passado recente. Um sinal ainda de que ainda há muito por consolidar na equipa, e também a nível de atitude e ambição.

A boa notícia é que, mesmo o Sporting face a um grupo complicado e depois da derrota, os três continuam com margem para cumprir objetivos. Tal como a Seleção, se me permitem a ponte com um passado um pouco mais distante.

Sobra ainda o Sp. Braga na Liga Europa, onde tem dado provas de crescimento. Que rompa com a tendência.

LUÍS MATEUS é o Diretor do MAISFUTEBOL e pode segui-lo no TWITTER. Além do espaço «Sobe e Desce», é ainda responsável pelas crónicas «Era Capaz de Viver na Bombonera» e «Não crucifiquem mais o Barbosa» e pela rubrica «Anatomia de um Jogo».