Esqueça-se a primeira parte. Esqueça-se longos e penosos 45 minutos de uma coisa que só com muito esforço se pôde comparar com futebol, da qual sobrou muita luta para tão pouco jogo. Tanto assim, aliás, que à saída para o intervalo contavam-se apenas dois remates, ambos para o Desp. Aves e ambos falhados de uma forma muito perdulária.
Avance-se para a segunda parte. Avance-se para um período cheio de emoção, com ocasiões de golo em cadência interessante e três golos três. Uma segunda parte, de resto, que começou por avisar logo de entrada estar ali para cortar definitivamente com as más recordações do passado. Freddy, mesmo em cima da baliza, falhou o desvio, porém.
As boas indicações estavam dadas. Neca já tinha trocado Nené por Vítor Manuel, procurando trazer mais capacidade de circulação de bola à equipa, Toni respondeu logo a seguir com a entrada de Lourenço para o lugar de Labarthe, o que deu maior capacidade de penetração a um V. Setúbal que trocava bem a bola mas não rematava.
Os golos, senhores, os golos
Ora a entrada de Lourenço dificilmente poderia ter sido mais feliz. Logo na primeira vez que tocou na bola, o avançado inaugurou o marcador. Um remate de fora da área que contou com a colaboração do guarda-redes Rui Faria, é certo que sim, mas ainda assim um bom sinal para o resto do jogo. A perder o Desp. Aves libertou-se daquele receio que lhe parece intrínseco e partiu para cima da baliza adversária. Quatro minutos depois, por isso, empatou o jogo. Sérgio Nunes encontrou uma bola solta na área na sequência de um canto e tratou de a colocar no fundo da baliza. O jogo estava lançado.
O V. Setúbal aproveitou então a embalagem e criou três ocasiões de golo claras. As duas primeiras em remates cruzados de Bruno Ribeiro que saíram ligeiramente ao lado, a terceira numa jogada de Amuneke que falhou o golo depois de ultrapassar Rui Faria e ficar com a baliza completamente aberta. Os sadinos já mereciam a vitória. Que chegou a nove minutos do fim, no terceiro remate cruzado de Bruno Ribeiro. Uma vitória justa, por isso, do V. Setúbal. O Desp. Aves é que continua sem acertar: três jogos em casa, três derrotas. Talvez seja um sinal para o futebol demasiado musculado de Neca.