A FIGURA

Brahimi: falar em criação e improviso é falar no argelino, neste FC Porto. Acrescenta, quase sempre, a criatividade necessária entre o meio campo e o ataque da equipa. Fê-lo novamente neste sábado de Dragão, dando habilidade de sobra no último terço. Esteve na origem de grande parte dos lances ofensivos de perigo dos azuis e brancos. Podia ter feito o 3-0 mais cedo, mas este surgiria em cima do intervalo. Uma combinação de sucesso com Aboubakar – à semelhança do 1-1 na Supertaça – abriu espaço na grande área. O resto foi arte e pontaria do número 8. E estava em dúvida para o jogo, por lesão…

O MOMENTO: bis de Aboubakar (20’)

Foi quase tudo ao primeiro toque e resultou no golo que, praticamente, cedo deitou por terra as aspirações do Desp. Chaves em somar pontos no jogo. A bola passou por Aboubakar, Brahimi, André Pereira, Otávio e Sérgio Oliveira. Acabou com um passe de mestria deste último para Otávio, a rasgar a defensiva flaviense. O número 25 assistiu Aboubakar, que só precisou de encostar, já sem Ricardo ao alcance da bola. A melhor jogada coletiva do encontro que deu o princípio de tranquilidade na construção da goleada.

FC Porto-Desp. Chaves, 5-0 (crónica)

OUTROS DESTAQUES:

Aboubakar: foi, a dobrar, a expressão eficaz do elevado volume ofensivo do FC Porto, sobretudo na primeira parte. Já tinha desperdiçado duas claras ocasiões antes, mas à terceira foi de vez. Abriu o marcador aos 14 minutos num remate na área após simulação de André Pereira e aumentou para 2-0 aos 20’: desvio fácil para a baliza deserta, após jogada coletiva soberba dos dragões. Já não marcava há mais de meio ano: o último golo oficial pelo FC Porto fora a 3 de fevereiro, ante o Sp. Braga. Regresso em dose dupla. Ainda serviu Brahimi para o 3-0.

Eustáquio: o Desp. Chaves teve pouca capacidade de circular a bola. De fazer mais que quatro ou cinco passes. De ganhar lances na saída para o ataque. O médio foi dos poucos que conseguiu dar alguma capacidade de recuperação e músculo nos duelos individuais. Sobretudo na segunda parte, com os flavienses ligeiramente mais soltos, mas já de mínimas esperanças em sair com pontos do Porto.

Corona: tem sido o suplente utilizado em mais evidência no FC Porto. Deixara últimas indicações com forte entrada no jogo de apresentação, ante o Newcastle, na segunda parte. Conceição voltou a dar-lhe oportunidade na Supertaça e o mexicano correspondeu com o 3-1 final do primeiro título da época. No arranque da Liga, uma entrada portentosa, com igual golo, a dar os 4-0. Em dois jogos oficiais, já só está a um golo de igualar os três que marcou em 2017/2018.

Diogo Leite: menção para o jovem que tem sido a maior aposta de Sérgio Conceição para esta época, entre os novos do plantel. Estreia absoluta na Liga e, 30 anos depois, um defesa do FC Porto a fazer a estreia no campeonato como titular, depois de Fernando Couto, em 1988. Exibição segura ao lado de Felipe, sem complicações. Esteve perto da meia dúzia, já em tempo de compensação.

Otávio: exibição muito bem conseguida pelo brasileiro do FC Porto. Muito combativo a meio campo, recuperou a bola que dá origem ao 1-0 e assistiu para o bis de Aboubakar.

Marius: em noite de estreias na Liga – além de Diogo Leite – o avançado de 20 anos do Chade aproveitou bem pouco mais de dez minutos em campo. Entrada de sonho na Liga portuguesa, coroada com o golo que completou a mão cheia.

Sérgio Oliveira: luta e garra a meio campo foi com o português. Destaque para o passe de primor a servir Otávio, antes do 2-0 apontado por Aboubakar.

João Teixeira: entrou em campo aos 75 minutos e durou pouco mais do que cinco úteis em campo. Uma falta sobre Sérgio Oliveira ditou cartão vermelho direto, após Nuno Almeida ter recorrido ao VAR. Noite para esquecer. Para ele e para a equipa.