Não é apenas o nível de dureza que torna o Dakar na prova rainha do todo o terreno. A solidariedade entre concorrentes sustenta e muito este mítico rali que conta já com 40 edições, 10 em território sul-americano.

Caso conhecido remonta à edição 2015 quando o piloto português Paulo Gonçalves (Honda), então líder da geral das motos à entrada para a sétima etapa do Dakar, parou para prestar auxílio a Mathias Walkner (KTM). Um gesto que correu mundo, até porque o português acabou penalizado.

Ora, em 2018 a organização decidiu premiar a dupla Gerard Farrés e Iván Cervantes. Os motards espanhóis da equipa HIMOINSA pararam para auxiliar alguns concorrentes.

Gerard Farrés foi o primeiro a "entrar em ação". O piloto encontrou Pablo Quintanilla (Husqvarna) com sintomas visíveis de uma crise de ansiedade e não hesitou em prestar auxílio.

"Encontrei o Quintanilla e parei para ajudá-lo. Parecia que estava a ter um ataque de ansiedade. Estava muito nervoso. Perdi algum tempo, mas é algo que não importa quando se trata de ajudar alguém em perigo. Fico feliz que esteja tudo bem ", garantiu Farrés no final da etapa.

Pouco depois, foi Iván Cervantes que encontrou o acidentado Txomin Arana (Husqvarna). O piloto basco sofreu várias lesões graves na sequência de uma queda violenta. Cervantes parou para dar assistência a Arana que acabou por ser evacuado de helicóptero para um hospital em La Paz.

"Vi o acidente do Txomin Arana que foi muito forte, a moto ficou totalmente destruída. Por sorte, quando eu parei para ajudá-lo, ele estava consciente, falou e reagiu. Fiquei mais relaxado ao ver que não parecia muito sério quando foi evacuado de helicóptero. Estas coisas afetam muito quando voltamos à moto", explicou Cervantes.

Como agradecimento pelos gestos de solidariedade, a organização do Dakar devolveu o tempo perdido a Gerard Farrés e Iván Cervantes. Um exemplo a seguir e que deve ser promovido continuamente no desporto.