O MotoGP encontra-se ainda em modo “pausa de inverno”, mas Marc Márquez já olha para a nova temporada. Apesar de ser o alvo a abater, o tetracampeão da Honda sabe que nada está garantido. Aliás, prova disso é a temporada 2017 em que esteve muito perto de perder o título para Andrea Dovizioso (Ducati).

"A pressão e o desejo de lutar pelo título estão presentes”, garantiu Márquez em entrevista ao Teledeporte. “Aprendemos coisas novas todos os anos. Este ano aprendi que o mundial é muito longo. Terminou de uma forma muito diferente de como começou”, explicou o piloto catalão.

Resiliência pode ser a palavra do ano para Márquez que assume não baixar os braços. Um dos objetivos para 2018 é corrigir os erros da temporada passada dos quais se destacam as sucessivas quedas protagonizadas pelo piloto.

“Estou a treinar para estar num nível melhor que no ano passado. Todos os anos sinto que alguém vai me ganhar. Não posso tomar a vitória por garantida, só porque ganhei no ano anterior. É assim que se mantenho a motivação”, frisou.

Para manter os níveis anímicos, Márquez conta com a ajuda preciosa dos seus amigos e a paixão pelo motocrosse.

“Treinar com o meu irmão ou com José Luis Mártínez (amigo e campeão de Espanha de motocrosse) ajuda-me nesse aspeto. Ou com Josep García (campeão mundial do enduro. O Josep tem um talento inato. Ultimamente, passo mais tempo com o Josep do que com a minha mãe” (risos).

Um adepto do Dakar

Enquanto os testes oficiais não regressam, Márquez mantém-se a par do Rali Dakar. Fã confesso da competição todo o terreno, o piloto MotoGP revelou o fascínio que tem pelo lado misterioso da prova.

"Sigo com atenção tudo o que envolve motores e gasolina e o Dakar não é exceção. No Dakar não se sabe o que há pela frente, a cada metro reserva algo novo, não é um circuito como no MotoGP. Não podemos deixar-nos levar pelas emoções”, disse.

Quanto à possibilidade de realizar um Dakar, Márquez assume não se sentir preparado.

“Se participasse, faria de moto porque é a minha modalidade, mas acho que isso me prejudicaria porque é preciso uma preparação e vários anos para ganhar experiência”, disse, sublinhando a admiração que sente pelos pilotos.

"É fisicamente desgastante, acorda-se cedo, dorme-se pouco. Devem dormir cinco horas ... mas se é para fazê-lo de moto, há razões para sorrir”, atirou.