A FIGURA: Eliseu
. O golo, excelente por sinal, foi decisivo para esta atribuição. O forte pontapé de Eliseu é por todos reconhecido e acabou por resolver um problema muito complicado ao Benfica. Pouco antes de marcar, o internacional português ensaiara outra bomba e aí só uma boa defesa de Monllor evitou o golo. Está mais solto e confiante, embora tenha naturais constrangimentos e limitações no comportamento defensivo.

O MOMENTO: bomba de Eliseu, minuto 44
. Num jogo hipertenso, mas de parca qualidade, sobra este grande instante de inspiração do lateral do Benfica. Ainda longe da área, após uma ligeira receção, o pontapé forte e traiçoeiro. Bola no fundo das redes axadrezadas e três pontos para o Benfica.

NEGATIVO: lesão de Rúben Amorim
. 29 minutos. Numa jogada aparentemente inofensiva, Rúben Amorim disputa a bola e cai sozinho. Aos berros. A reação do banco do Boavista, logo ali ao lado, fez temer o pior. O internacional português foi substituído de imediato e a suspeita de mais uma lesão grave é real. Rúben não merecia este insuportável azar, logo agora que se começava a impor na equipa inicial do Benfica.

VEJA COMO SEGUIMOS O JOGO AO MINUTO


OUTROS DESTAQUES:

Tengarrinha (Boavista)
Numa equipa com grande dificuldade para fazer circulação de bola, o ex-jogador de Benfica e FC Porto revela ser um executante de outra dimensão. Foi, de longe, o melhor do Boavista no primeiro tempo e manteve a bitola elevada até ao apito final. Bem a segurar e a distribuir, teve capacidade física para surgir em zonas adiantadas e ainda tentou o remate numa fuga pela esquerda. Evoluiu muito nos últimos dois anos.

Maxi Pereira (Benfica)
Nota altíssima para o lateral uruguaio. Anulou por completo Julian Montenegro e, veja-se só, fê-lo quase sempre com uma serenidade eloquente. Parece estar muito bem fisicamente e, perante tantas limitações na equipa, acaba por ser um elo de importância evidente. Viu mais um cartão amarelo.

Franco Jara (Benfica)
E, de repente, Jorge Jesus deteta no argentino qualidade suficiente para ser titular do Benfica. Isto, após três cedências consecutivas nas últimas épocas. No Bessa, Jara não teve uma ação digna de registo. Perdido, longe da bola, longe do jogo. Não basta ter garra e boa vontade para ser jogador do Benfica.

Daniel Monllor (Boavista)
No estádio pareceu mal batido no golo de Eliseu. É verdade que a bola bate à sua frente, mas o remate é feito de muito longe e o argentino devia ter adivinhado a trajetória da bola. Não antecipou o movimento e quando voou para a esquerda já era tarde. No resto esteve bem e foi capaz de solucionar todas as situações intrincadas que viveu. Por agora, Mika, vice-campeão do mundo de sub20, continua no banco.

Talisca (Benfica)
Teve um bom pontapé no segundo tempo, é verdade. Lutou, sim, sem dúvida. Mas, tudo somado, nem razoável a exibição de Talisca conseguiu ser. Muito lento a decidir, frágil no corpo a corpo, passes errados em zonas perigosas… Ter um excelente pé esquerdo, por si só, é insuficiente para chegar e jogar de imediato no onze inicial do Benfica. Se assim fosse, David Simão (só um exemplo) seria por estes dias indiscutível.

Nico Gaitán (Benfica)
Não fez uma atuação maravilhosa, mas sempre que o pé esquerdo acariciou a bola… percebeu-se que é diferente dos demais. Rodeado por tanta confusão e ânsia, conseguiu, aqui e ali, dar alguma classe ao jogo.

Artur Moraes (Benfica)
Nenhum reparo a fazer. É o melhor que se pode escrever sobre o guarda-redes, depois de uma pré-temporada horrível.