artigo original: 01-03-2018 09:33

DESTINO: 90's é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINO: 90's

RAFAEL: Paços de Ferreira (1999 a 2001), FC Porto (2001/02) e V. Guimarães (2002 a 2005)

Muitos não se lembram, mas Portugal já teve um «caso Rafael». Quando, em 2001, dois anos depois de chegar a Portugal, o avançado brasileiro trocou o Paços de Ferreira pelo FC Porto, o Boavista veio a terreiro protestar: alegava um pré-acordo assinado com o jogador.

O, então, campeão nacional acabou mesmo por perder o avançado para o rival portuense, mas Rafael não conseguiu mostrar nas Antas o brilho da Mata Real, quando apontou 17 golos em 33 jogos, o que convenceu os dois maiores clubes da cidade do FC Porto a avançar para a contratação.

Histórias do passado. Hoje em dia, o futebol já só é uma «brincadeira» para Rafael que passa os seus dias no trabalho num escritório em Canoas, Rio Grande Sul, e no meritório esforço em prol da Associação de Autistas da cidade, que fundou juntamente com a esposa, eles que lidam de perto com o problema, através do filho.

Mas as memórias de Portugal, de Paços de Ferreira, do FC Porto e do V. Guimarães não estão engavetadas. Há muito futebol num jogador que esteve quase para vir para Portugal para...o futebol de praia.

Os números de Rafael em Portugal:

1999/00: Paços de Ferreira, II Liga

2000/01: Paços de Ferreira, 33 jogos (17 golos)

2001/02: FC Porto, 11 jogos (1 golo)

2002/03: V. Guimarães, 22 jogos (5 golos)

2003/04: V. Guimarães, 15 jogos (2 golos)

2004/05: V. Guimarães, 16 jogos

O Rafael jogou futebol de praia e futebol de 11. Mesmo afastado dos relvados, apostamos que ainda continua a jogar, não é?

Ainda jogo sim, mas a brincar. Coisas com as amigos. Mato as saudades acompanhando o futebol de longe. E tenho o meu trabalho, num escritório administrativo, com pessoas da minha confiança.

Ainda bate a saudade do futebol?

Vou ser o mais direto. Tenho um filho especial, tenho um filho autista. O nomezinho dele é Verón. Tenho ainda a Rafaela que nasceu em Portugal. Eu e a minha esposa temos uma Associação dos Autistas, na minha cidade, que é Canoas, no Rio Grande do Sul. Por isso, saudades do futebol tenho muitas, vivi muitas coisas boas, tive muitas alegrias, mas hoje sou ligado é no tratamento do meu filho.

Outra prioridade.

Isso. Coisas muito mais importantes. Isto prende-nos por muito tempo, toda a nossa atenção é para o Veronzinho.

E voltando então atrás, vamos falar do Paços de Ferreira, claro.

Fui contratado por cassete de vídeo, sabe?

Conte lá isso, então.

Vim para o Paços depois de ter sido mostrada uma cassete de futebol de praia, minha, para o treinador da época, que era o Henrique Calisto. Eu era internacional de futebol de praia. Tinha jogado futebol de 11 nas camadas jovens do Grémio, Brasil de Pelotas e só depois migrei para o futebol de praia.

Conseguia levar coisas do futebol de praia para o relvado?

Com certeza. No futebol de praia o espaço é reduzido, temos de pensar rápido, executar rápido. Levei isso para o relvado. Também os remates de média distância, que era o meu forte. E o um para um. Levei muita coisa mesmo.

E em Paços o treinador falava-lhe dessa fase do futebol de praia e de como transportar para os relvados?

A verdade é que, quando cheguei ao Paços, fiz um amigável com o Boavista, apenas meia parte. Assinei contrato nesse dia, depois do jogo. Ainda fiz outro amigável, contra o Santa Clara, só que lesionei-me. Tive um quisto no tendão rotuliano e fiquei meia época parado. Lembro-me bem que o Henrique Calisto saiu e quem assume é o meu pai português, o José Mota (risos). Ele chegou e mudou algumas coisas na equipa. Eu e o Rui Miguel começamos a jogar. Estávamos em 12.º na tabela, se não me engano, e saltámos para o título na II Liga. Se não falha a memória foram 14 ou 15 jogos e só empatámos um, de resto ganhámos todos.

A festa do título do Paços de Ferreira

Foi assim que apareceu o Rafael.

Exato. Depois na I Liga já fiz uma pré-temporada muito boa e tínhamos uma equipa formidável. Aquela equipa era muito, muito boa.

O Paços ainda hoje é, e imagino que naquela altura ainda mais, um clube muito familiar. Sentiu isso?

Com certeza. O Paços tem uma particularidade que eu acho forte: é um clube onde conheces todos os funcionários, desde o roupeiro, até às pessoas que lavam o fato de treino, às pessoas que limpam o café. No dia a dia convivia-se com todas as pessoas do clube e isso unia-nos muito. Lembro-me que o Pedro, o nosso guarda-redes, a família dele tinha um café em frente ao estádio, onde almoçávamos muitas vezes. Era muito bom.

Imagino que não conhecia nada de Paços de Ferreira quando veio.

Nem de Portugal. Nada. Houve uma vez que poderia ter vindo para Portugal mas para jogar futebol de praia. Foi na altura que veio o Alan para a seleção portuguesa. Era para eu ter ido também. Graças a Deus, não fui (risos).

A época na I Liga, como disse, foi muito boa. Foram 17 golos pelo Paços, incluindo dois ao Benfica na Luz e dois ao Sporting em Alvalade.

Eu chamo pai ao José Mota porque ele tinha uma maneira peculiar de tratar os atletas, principalmente os estrangeiros. Eu brincava com ele, com o professor José Gomes, que era o preparador físico e dizia-lhes que eu gostava era dos jogos grandes. Fazer golos aos pequenos era o teu dever. Mas aos grandes era para quem almejava uma coisa maior na carreira.

E não fez por menos: dois na Luz e dois em Alvalade no mesmo ano...

(Risos). É. É. São momentos inesquecíveis. Ainda esta semana na minha página do Facebook publiquei um vídeo dos meus golos contra o Sporting. São coisas que não tem preço. Ainda há tempos fui escolhido pelo Paços como um dos melhores jogadores de sempre. Isto não tem preço.

O Paços foi o clube mais especial que representou em Portugal?

O Paços é o meu clube em Portugal. Por tudo o que passei, por tudo o que fiz. Tenho o maior respeito pelo FC Porto, tenho o maior respeito pelo V. Guimarães, um clube fantástico. Mas são clubes diferentes, emoções diferentes. O Paços marca-me muito. A minha filha nasceu em Paços. Eu e a minha esposa dizíamos que nem voltávamos mais ao Brasil, que era ali que as coisas iam acontecer. É uma história bonita, minha e do clube. Até a cidade em si, que é muito acolhedora. Conhecíamos muita gente na cidade. As pessoas nos dias do jogo passavam em frente ao meu apartamento e buzinavam, pediam golos. Era fantástico.

Sentia-se em casa?

Muito. Não tinha como não ser. Sem falar nos colegas, os brasileiros. Havia uma turma boa. Glauber, Everaldo, Luiz Cláudio...Fora de série. O Luiz Cláudio passou férias comigo aqui em casa, o Glauber mora na Paraíba, mas vou mantendo contacto.

Chegamos agora ao FC Porto. Na altura a chega deu que falar. Dizia-se que o Boavista estava na corrida. Como foi esse processo?

As coisas para mim correram de forma completamente normal. Sabia que algo grande ia acontecer, porque tinha muitas propostas. Atlético Madrid, Celta de Vigo...Muita coisa boa. Mas não quis ir para fora, tinha o medo da língua, de me aventurar em outro lugar outra vez. E chegar a um clube da dimensão do FC Porto, para mim, foi o auge da carreira.

E pertinho de Paços.

Mais por ser Portugal. Eu não olhava para o clube, sinceramente. Queria era ir para um grande. Mas, claro, quanto mais perto melhor e do Porto a Paços de Ferreira é um pulinho...

Mas chegou-se a falar de um suposto «caso Rafael», o Boavista garantia que havia um pré-acordo. Assinou alguma coisa?

Só com o FC Porto. Só isso. Falou-se muito porque o Glauber foi para o Boavista e diziam que era para ser um pacote e não só ele. Mas já passaram vinte anos. Está tudo bem (risos). Acho que ficou tudo esclarecido. Tanto que fiquei no FC Porto (risos).

Capa do jornal «Record» com a contratação de Rafael

E encontrou o Octávio Machado, não é?

Eiii. Foi. O Octávio Machado. (risos)

Porquê essa reação?

(risos) Nada contra. Era o treinador que havia na altura. (Risos). Bem, aquele senhor era difícil, muito difícil.

Por que diz isso?

Acho que o problema era convivência diária. Saber levar quem estava de fora e não ser só para os 11 titulares. Tinha unir o grupo. Deixava muita gente desgostosa. Não era uma pessoa de muita conversa, de explicar muito.

Também foi por ele que não jogou tanto como gostaria no FC Porto?

Eu tenho uma tese. Primeiro, era uma baita de uma equipa, tanto que no ano seguinte ganhou a Taça UEFA. E depois eu jogava numa posição que tinha um personagem que dizia tudo: o Deco. Não jogava, porque havia o Deco, no auge da sua forma. Queriam o quê, que tirasse o lugar ao Deco? (risos). Dava para jogar juntos, mas na altura não conseguiram fazer isso, e pronto, fomos assim.

Sente que defraudou os adeptos?

O clube fez um mau campeonato. As coisas não estavam bem. Quando se chega a um clube novo é sempre preciso um tempo de adaptação, ainda para mais num clube grande como o FC Porto. E como as coisas não correram tão bem no campeonato ficou mais difícil para mim também. Foi até mais no campeonato, na Champions estávamos bem. E depois as coisas começaram a ficar difíceis com o Octávio, a equipa começou a cair, veio o Mourinho, pegou na equipa e quase que chegávamos lá.

Terminaram em terceiro nesse ano, numa luta com o Benfica.

Pois. Tive um azar também que no primeiro jogo que fiz com o Mourinho tive uma lesão nos gémeos. E isso condicionou-me para o final da época. São coisas que me deixam triste.

Se não fosse essa lesão acha que poderia ter ficado na equipa que ganhou a Taça UEFA no ano seguinte?

Era o meu objetivo, ficar. Até porque já estava adaptado. Mas o FC Porto é grande, não houve tempo para isso. Eu não tive tempo, joguei muito pouco. Fiz um golo na Champions, contra o Barry Town, logo no primeiro jogo que fiz. Mas se forem ver os jogos na Champions fui convocado para os jogos fora todos, entende? Não posso dizer que fui mal, não tive foi espaço para mostrar o meu trabalho.

E havia o Deco.

Pois. Mas fui a muitos jogos. Estava sempre entre os convocados.

O Mourinho falou consigo quando chegou?

Muito pouco. Foi mais em trabalho. Ele mudou muita coisa no treino. Era um expert. O Octávio tinha outro método de trabalho, o Mourinho encheu aquilo tudo. Era muito diferente. Quem o apanhou no início da carreira já sabia que ele ia ser um grande treinador. Não tinha como não ser. Ele entendia muita coisa. A nível de treino, então, de campo, não vi outro igual.

Foi uma nova fase, praticamente.

Com certeza. Lembro-me que ele chegou ao balneário e disse logo: este ano não sei, mas para o ano vamos ser campeões. E foi o que aconteceu.

Do FC Porto seguiu para o V. Guimarães, creio que emprestado.

Sim, fui emprestado quatro anos (risos) [ndr. na verdade foram três]

Pelo V. Guimarães contra o FC Porto e...Deco

E nunca houve a hipótese de voltar?

Só porque eu pertencia ao FC Porto. Mas como o FC Porto já estava a ganhar, era difícil. Perdi espaço e acompanhei tudo ao longe.

E como foi a experiência no V. Guimarães?

Já havia uma equipa montada, praticamente. Havia o Fangueiro, Nuno Assis, Romeu, Rogério Matias. Eu fui com o Ricardo Silva, do FC Porto. Montámos uma excelente equipa, que jogava muito bem à bola. Acho que no meu primeiro ano éramos a equipa que melhor jogava em Portugal. Só não ganhávamos por aqueles detalhes que tu sabes...(risos)

Que detalhes?

Os que tu sabes (mais risos). Na altura acontecem coisas estanhas, que não se percebe bem. Mas pronto, tínhamos uma belíssima equipa.

Foi treinado pelo Jorge Jesus em Guimarães.

Era outro treinador diferente. Ele e o Inácio. Com o Jesus evitámos uma descida. Tive uma pubalgia, acabei por ser operado. Foi uma fase mais complicada, mas a passagem pelo V. Guimarães, foi bonita.

Ao longo de todo este percurso em Portugal, que jogos lhe ficaram na memória?

Há um acima dos outros todos. O jogo que mais me ficou marcado, que tem um gosto especial, foi contra o Benfica, quando estava no Paços. Quando fomos jogar à Luz, estava magoado e não treinei a semana toda. Volto a treinar apenas no último treino antes da viagem. Fui marcando nas peladinhas e entretanto acaba o treino. O [José] Mota pergunta-me: como estás? Eu disse que estava bem e ele: vamos para a Luz então? E eu disse: só vou se for para jogar, se não aguardo e volto para a semana. Na altura o José Gomes dizia ao Mota: estás a brincar, não treinou a semana toda, vai jogar como? Eu disse que ia deixá-los conversar e que me chamassem se fosse para jogar. E fomos. Ganhámos 3-2 ao Benfica e fiz dois golos. Depois só disse ao José Gomes: então profe? E ele: nunca mais te digo nada! Era assim a minha vida em Paços (risos).

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