Paulo Pereira Cristovão foi detido em Lisboa, suspeito de fornecer informação para assaltos à mão armada, sequestros e associação criminosa, numa rede suspeita de envolver agentes de forças de segurança. O ex-inspetor da Polícia Judiciária, que foi vice-presidente do Sporting no mandato de Godinho Lopes, é um de três detidos nesta terça-feira pela Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária, no âmbito de uma investigação que já decorria.

«Os agora detidos, juntamente com outros doze suspeitos, estes já detidos em meados do ano passado, alguns deles pertencentes a uma força de segurança, integravam uma organização criminosa dedicada ao roubo no interior de residências, que simulavam tratar-se de verdadeiras acções policiais para cumprimento de buscas domiciliárias judicialmente ordenadas, tendo mesmo, nalguns casos, utilizado as suas próprias fardas para assim melhor credibilizarem as suas acções», refere a nota da PJ. Saiba mais sobre o caso aqui.

Na mesma operação, segundo a agência Lusa, foi igualmente detido um dirigente da claque Juve Leo, conhecido como «Mustafá».

Paulo Pereira Cristovão demitiu-se do Sporting ao fim de 15 meses, tendo suspendido o mandato depois de vir a público o chamado Caso Cardinal. O então dirigente foi acusado de montar um esquema para tentar incriminar o árbitro assistente José Cardinal, nomeado para apitar o Sporting-Marítimo. Foi suspenso por 15 meses e o Sporting foi igualmente condenado, numa sentença divulgada pelo Conselho de Justiça em novembro passado.

O acordão, de que o Maisfutebol deu conta, detalha todo o processo. Em dezembro de 2012, Pereira Cristovão foi acusado pelo Ministério Público de vários crimes, incluindo burla qualificada, branqueamento de capitais, peculato e denúncia caluniosa qualificada, na sequência do caso Cardinal.