Já passaram oito anos mas a ferida continua aberta. Roberto Baggio, um dos grandes jogadores da história do futebol italiano, não consegue perdoar a Giovanni Trapattoni, na altura seleccionador italiano, o facto de não o ter convocado para o Mundial 2002, realizado na Coreia do Sul e no Japão.

«Teria estado no meu quarto Mundial e deveria ter lá estado. Tendo em conta a carreira que tive, tinha esse direito. Deveriam ter-me levado, deveriam ter-me dado a oportunidade de esperar no Mundial mesmo que eu estivesse numa cadeira de rodas», afirmou Baggio, em declarações à edição italiana da «Vanity Fair».

Na altura, Baggio tinha 35 anos e jogava no Brescia. Os adeptos e a imprensa transalpina fizeram força para que o homem que comandara a selecção à final do Mundial 94 regressasse para uma última jornada. Trapattoni manteve-se firme na sua decisão.

«A FIFA tinha acabado de aumentar os plantéis para 23 jogadores e fizeram-no para que o Ronaldo e eu pudéssemos participar, já que vínhamos os dois de lesões. Mas recuperámos, era um homem a mais, qual era o problema? O Ronaldo foi, renasceu e venceu o Mundial como melhor marcador. Em vez disso, eu fiquei em casa», lamentou.

Três Mundiais perdidos...nos penalties

A ligação de Roberto Baggio a Mundiais é, de resto, marcada pela dor que resulta de uma eliminação nas grandes penalidades. Para além da final perdida para o Brasil em 94, caiu da mesma forma no Itália 90 e no França 98.

«Fiquei mesmo chateado de perder a final em 1994 nos penalties. Se tivesse perdido 3-0 tinha de aceitar. Era melhor para todos, quer para quem ganha, quer para quem perde. Perguntem a quem quiserem, mesmo aqueles que venceram a final em 2006, se não ficariam mais felizes sem os penalties. Perder assim é muito doloroso», resumiu.