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Divido estes dez factos dispensáveis em duas categorias. Os que sucederam mesmo em 2010 e os que tendo sucedido em 2010 já vinham de anos anteriores e assim ameaçam continuar.

O que realmente sucedeu em 2010

1. Carlos Queiroz. Eu sei que é discutível. O seleccionador já anda por cá há muito tempo, mas foi em 2010 que se tornou visível o seu lado habitualmente camuflado. E dito isto não vale a pena escrever mais nada. Carlos Queiroz revelou-se. Foi mau para ele e sobretudo para a selecção, na África do Sul e no apuramento para o Euro 2012.

2. Candidatura ao Mundial 2018. Foi penosa, sem ligação aos portugueses, passámos meses a fazer figura de país pequeno. Que somos, claro, mas não é coisa que se promova lá fora. Péssimos, Laurentino e Madail.

3. A maçã podre. Bettencourt no seu dia negro. Até podia pensar, mas tinha de respirar fundo dez vezes e calar. Uma frase que perseguirá o presidente do Sporting.

4. Ronaldo no Mundial. Lamentável o escasso futebol, inaceitável o perguntem ao Carlos. Queiroz não conseguiu ser um seleccionador convincente, empolgante, corajoso? Sim, é verdade. Mas Cristiano Ronaldo também ficou muito distante do que se exige a alguém que deseja ser o melhor de todos.

5. A Comissão Disciplinar da Liga. O ex-presidente, Ricardo Costa, foi uma das inesperadas figuras do ano. Saiu pela porta pequena e contaminou o exercício de Hermínio Loureiro.

E agora os factos dispensáveis que persistem.

1. Clima Benfica-F.C. Porto. Os representantes dos dois clubes insistem em tornar irrespirável o ambiente no futebol português. Os episódios sucederam-se a um ritmo vergonhoso. Pena que os adeptos de ambos os emblemas não consigam convencê-los a parar.

2. Árbitros como desculpa. A culpa é sempre de quem apita. E às vezes até é, mas treinadores, dirigentes e jogadores fazem figuras demasiado tristes ao remeter tudo para quem segura o apito.

3. Pouco Sporting. Os «leões» terminaram a vencer numa época em que, mais uma vez, não foram capazes de anular a ideia de que estão distantes de mais de Benfica e F.C. Porto. O futebol português precisava de dispensar este Sporting ensombrado, penoso, sempre metido com as suas fragilidades.

4. Poucos portugueses. É reduzido o número de futebolistas formados em Portugal que conseguem chegar aos plantéis da Liga. Um fenómeno europeu? Sim, está bem. Mas em alguma coisa podíamos ser melhores.

5. Má comunicação. O futebol continua a ser uma péssima indústria. Apesar do esforço da Liga (nomeadamente agora, com Fernando Gomes), a comunicação da generalidade dos clubes é péssima. Felizmente o futebol tem a sorte de ter patrocinadores distraídos que, aparentemente, não se preocupam muito com o investimento que fazem. Só isso pode explicar o silêncio. Investem num produto mal gerido e mal promovido. Até quando?

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