Em 2013 o futebol internacional teve domínio alemão, com Bayern de Munique e Borussia Dortmund a disputarem a final da Liga dos Campeões, vencida pelos primeiros. Daí que nesta lista de figuras internacionais do ano, elaborada pela redação do Maisfutebol, estejam quatro personalidades ligadas a esse jogo, a essas duas equipas. E há ainda uma outra personalidade que a meio do ano se mudou para Munique, e que entretanto já conquistou dois troféus.

Cristiano Ronaldo não entra nesta lista, mas apenas por liderar o lote de figuras nacionais, sobretudo pelo papel no apuramento da Seleção Nacional para o Mundial2014. É óbvio que o craque português é, também, uma das figuras internacionais do ano. Eis as outras:


LIONEL MESSI
O ano terminou mais cedo, em meados de novembro, por causa de problemas físicos, o mesmo motivo que o deixou limitado na fase decisiva da época anterior, pela altura em que o Barcelona foi eliminado pelo Bayern de Munique nas meias-finais da Liga dos Campeões. Foi, por isso, uma época menos extraordinária do que tem sido habitual, mas ainda assim com números de qualidade. O argentino marcou, ao longo do ano civil, 39 golos pelos Barcelona, em 40, mais seis golos em sete jogos pela respetiva seleção. Conquistou mais uma Liga espanhola ao serviço do emblema «blaugrana» e liderou a Argentina para o primeiro lugar na fase de apuramento para o Mundial2014. No início de 2014 pode conquistar a sua quinta Bola de Ouro.


FRANCK RIBÉRY
Candidato a vencedor da Bola de Ouro, a par de Messi e Ronaldo, teve um ano bem mais recheado do que o argentino e o português no que diz respeito a títulos coletivos. Conquistou a Bundesliga, a Taça da Alemanha, a Liga dos Campeões, a Supertaça europeia e, mais recentemente, o Mundial de Clubes. Foi mesmo considerado o melhor jogador do último campeonato alemão e também da «Champions» e do Mundial de Clubes, assim como melhor jogador do futebol europeu em 2012/13. Ajudou ainda a seleção francesa a garantir o apuramento para o Mundial2014, via «playoff».


JUPP HEYNCKES
O ano de 2013 levava apenas dezasseis dias quando o Bayern anunciou que o treinador em 2013/14 seria Pep Guardiola. Alguns meses depois, ao assumir o cargo, o espanhol recebeu uma herança bem pesada. Heynckes conquistou tudo o que havia para ganhar: Bundesliga (pela terceira vez na carreira), Taça da Alemanha (uma estreia no palmarés) e Liga dos Campeões (pela segunda vez). O antigo treinador do Benfica iniciou depois uma merecida reforma, aos 68 anos, mas o que fez em metade do ano é mais do que suficiente para ser uma das figuras de 2013.


PEP GUARDIOLA
Depois do fantástico trabalho em Barcelona, o técnico espanhol enfrentou a primeira experiência fora do seu «habitat» (como treinador, claro está). Foi em «exílio» nos Estados Unidos que Guardiola preparou a mudança para Munique, anunciada logo em janeiro mas consumada apenas a meio do ano. «Pep» talvez não esperasse receber a fasquia tão elevada, e até começou por perder a Supertaça alemã, mas depois disso ergueu a Supertaça europeia e o Mundial de Clubes, ainda que tenha atirado o mérito desses triunfos para o antecessor. Na Bundesliga vai bem lançado para a conquista do título, e na Liga dos Campeões apresenta-se também como um dos principais candidatos à vitória final.


JÜRGEN KLOPP
Em 2011/12 o Borussia Dortmund tinha feito a «dobradinha» na Alemanha, mas tinha desiludido por completo no regresso à elite europeia, após nove anos de ausência. Este ano o Dortmund deixou fugir os principais títulos internos (só venceu a Supertaça), mas na Liga dos Campeões teve uma campanha de sucesso que culminou na final, ainda que também nesta ocasião tenha sido superado pelo Bayern de Munique. Distante do discurso politicamente correto, como fica provado em cada conferência de imprensa ou entrevista, Jürgen Klopp foi o treinador da moda durante a primeira metade do ano.


ROBERT LEWANDOWSKI
Foi a estrela maior do Dortmund de Jürgen Klopp, sobretudo na Liga dos Campeões. Foi o segundo melhor marcador da prova, atrás de Cristiano Ronaldo, com dez golos, e também o segundo melhor goleador da Bundesliga, com 24 tentos, menos um do que Kiessling (Bayer Leverkusen). Foi o grande «carrasco» do Real Madrid na UEFA, tornando-se o primeiro jogador a marcar quatro golos numa meia-final da Liga dos Campeões. Em final de contrato com o Borussia Dortmund, e com a assinatura de novo vínculo aparentemente descartada, promete protagonizar uma das grandes transferências do novo ano. Tem sido, de resto, insistentemente apontado ao Bayern, naquilo que seria uma repetição do que aconteceu com Mario Götze.


RAFA BENÍTEZ
Depois das desilusões do final de 2012 (não evitou que o Chelsea fosse eliminado da Liga dos Campeões e perdeu a final do Mundial de Clubes para o Corinthians), o técnico espanhol teve um ano de 2013 bem mais feliz. Carregou o rótulo de treinador interino e a hostilidade dos adeptos «blues», que não esqueceram a sua ligação ao Liverpool e que já pediam o regresso de José Mouronho, mas ainda assim conseguiu qualificar o Chelsea para a Liga dos Campeões, que era o objetivo mínimo, e conquistou a Liga Europa frente ao Benfica. Seguiu depois para Nápoles, mas depois de um início entusiasmante na Serie A acaba o ano a dez pontos da Juventus, que lidera a prova. E na Liga dos Campeões não conseguiu a passagem aos oitavos de final, ainda que aqui seja difícil criticar a campanha da equipa italiana, que ficou pelo caminho mesmo com 12 pontos (venceu quatro dos seis jogos).


LUÍS SUÁREZ
Entre golos e polémicas, o avançado uruguaio foi uma das figuras de 2013. Logo a abrir o ano marcou um golo com a ajuda da mão, na Taça de Inglaterra, para em abril dar uma mordidela a Ivanovic (Chelsea) que lhe custou dez jogos de castigo. O avançado manifestou a intenção de deixar o futebol inglês por sentir-se perseguido, mas acabou por ficar, embora perdendo a fase inicial da presente temporada. Se em 2012/13 foi o segundo melhor marcador da Premier League, agora é líder destacado (já com 19 golos), comandando um Liverpool de regresso aos lugares cimeiros da tabela classificativa. Mais satisfeito, Suárez até aceitou assinar novo vínculo com os «reds», a fechar o ano.


NEYMAR
A meio do ano consumou-se a tão esperada transferência para o futebol europeu, com o Barcelona a pagar 57 milhões de euros para recrutá-lo ao Santos. A mudança para a Catalunha concretizou-se depois de ter sido o melhor jogador da Taça das Confederações, prova que ajudou o Brasil de Luiz Felipe Scolari a conquistar, assumindo-se assim como a principal figura da seleção anfitriã do Mundial2014. A adaptação ao Barcelona tem sido gradual, com Neymar a destacar-se sobretudo após a lesão de Messi. Nos últimos três jogos do ano marcou seis golos.


SEPP BLATTER
Presidente da FIFA desde 1998, o suíço está associado a polémicas há muito tempo, mas 2013 foi um ano particularmente infeliz para o líder do organismo que tutela o futebol mundial. Por um lado por causa do Mundial2022, com Blatter a assumir «influências políticas» na escolha do Qatar como país organizador, e depois com avanços e recuos no discurso relativamente à estação do ano em que a prova deve ser disputada. Depois a polémica palestra em Oxford, na qual assumiu preferir Messi a Cristiano Ronaldo, referindo que o português «gasta mais dinheiro no cabeleireiro» e imitando-o como um comandante. Uma postura que gerou críticas um pouco por todo o mundo, e que levou Blatter a apresentar um pedido de desculpas. Mais tarde a FIFA decidiu alargar o prazo de votação para a Bola de Ouro, beliscando uma vez mais o prestígio de um prémio ao qual se associou há apenas quatro anos.